sexta-feira, 3 de outubro de 2014

SECA GERAL

MUNICÍPIOS DO LESTE DE MINAS PASSAM POR PERÍODOS HISTÓRICOS DE SECA. A SITUAÇÃO VEM OCORRENDO NÃO APENAS AQUI, MAS EM TODO O MUNDO
FOTO: Jack Zalcman
RIO DOCE está abaixo do nível normal devido ao longo período de estiagem
GOVERNADOR VALADARES -
Cenários áridos e calor abundante. Talvez você esteja imaginando um deserto. No entanto, essa é a realidade vivida por muitas cidades do Leste de Minas, que vêm fazendo racionamento de água. Tem faltado água em Governador Valadares, assim como em outras cidades da região e do Brasil. O município de Mendes Pimentel, por exemplo há alguns meses já havia dado o grito. O mesmo vem ocorrendo em toda a região.
Só para se ter uma ideia, pela primeira vez na história a nascente do rio São Francisco, situada no Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, está completamente seca. O acontecimento é simbólico, mas não significa, necessariamente, que o curso do rio será interrompido mais adiante. A seca também fez com que vários municípios do Vale do Jequitinhonha e do Norte de Minas decretassem estado de calamidade, mostrando que o problema não é apenas na região do Rio Doce, mas nacional, e até internacional. No Sul de Minas, região conhecida por ter o clima mais ameno e vários mananciais, a situação está tão crítica que foram descobertos em Poços de Caldas ligações clandestinas em várias nascentes. 
O desespero é grande e não é por menos. Segundo especialistas, os meses de junho a agosto de 2014 foram os mais quentes já registrados no mundo, superando o ano de 1998, quando o forte fenômeno El Niño foi formado. Quais seriam as razões dessas mudanças climáticas? Que efeitos ela trará para a economia? O que pode ser feito para reverter essa situação?
Para responder a essas perguntas, o DIÁRIO DO RIO DOCE procurou especialistas no assunto. Segundo o engenheiro e geólogo Gilson Essenfelder, a temperatura global tem aumentado devido ao acúmulo de CO2 na atmosfera, o que causa o efeito estufa, ou seja, parcelas maiores da energia solar se acumulam na atmosfera, esquentando o planeta. Ele explica que existe correlação entre o desmatamento em uma região e os efeitos em outra. Esse fenômeno é conhecido por muitos como efeito borboleta.
“A floresta amazônica libera bilhões de litros de água por dia — 1.000 litros por árvore — que, na atmosfera, em forma de nuvens, descem contornando os Andes para o Sul do Brasil, formando as chuvas em São Paulo, Minas e outros estados. Com a derrubada da floresta amazônica, esse mecanismo passa a falhar, e as chuvas no Sul diminuem. Localmente, em Governador Valadares, acho que as queimadas que afligem a região há mais de 50 anos destruíram a vegetação, impedindo a infiltração de água da chuva no solo, o que faz com que os lençóis freáticos não se recomponham, o que causa a secagem dos córregos, a diminuição do nível dos rios, e outros problemas”, explica.
Segundo parecer divulgado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que até 2050 mais de 45% da população mundial não terá acesso à água potável. Para reverter esse cenário, segundo o Comitê, “é preciso muito trabalho, que vai desde a conscientização acerca do desperdício até a necessidade de grandes obras estruturais para minimizar o impacto do desenvolvimento no meio ambiente e, desse modo, possibilitar a recuperação das bacias hidrográficas brasileiras como um todo”.
Segundo Essenfelder, também é preciso proibir as queimadas em nível nacional, “através de uma legislação severa, capaz de pôr na cadeia por anos o incendiário preso em flagrante”. “Considerando o dano causado por uma queimada, com a morte de milhões, talvez bilhões de seres vivos, nada mais justo. As consequências são bem conhecidas: secas anormais, perda da fertilidade do solo, extinção da fauna e da flora, aumento do efeito estufa com o CO2 produzido pelo fogo, êxodo rural, e outros problemas”, afirma.
Pesquisador já havia alertado sobre a seca
A visão atual do Vale do Rio Doce é bem diferente da descrita pelo pesquisador inglês William John Steains, que passou pela região entre junho de 1885 e janeiro de 1886 — bem antes da emancipação política de Valadares, em 1938. “O grande encanto dessa região do Brasil está nas imensas florestas virgens que cobrem, com grandiosidade sem par, quase toda a totalidade da área banhada pelo rio Doce, e durante a maior parte do seu curso, essas belas florestas, abundantes em uma centena de espécies da melhor madeira, chegam até a beira d’água, formando uma muralha quase impenetrável da vegetação tropical mais esplendidamente natural que possa ser imaginada. [...] Não resta dúvida de que a futura riqueza dessa região do Brasil está na imensa reserva de valiosas madeiras [tanto medicinais como outras] que suas matas virgens contêm”.
Estas palavras de Steains foram registradas na obra “Valle do Rio Doce”, publicada na Revista da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, em 1888. Na lista de árvores citadas por Steains haviam jacarandá, bicuíba, ipês, maçaranduba, peroba, vinhático, pau-brasil, angico, sapucaia e várias outras que hoje são raridade.
Por isso, o engenheiro-agrônomo, pesquisador e professor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Alexandre Sylvio, que coordenou o curso de agronomia da Univale por muitos anos, já havia alertado que a região está se desertificando, por causa do desmatamento. Em artigo intitulado “As Águas”, publicado no DIÁRIO DO RIO DOCE no dia 22 de março de 2009, Alexandre alertou que faltaria água no mundo, fato que já estamos vivenciando hoje. “A interferência que o homem está promovendo no ciclo [da água] está desencadeando grandes transtornos ambientais, como a redução das chuvas, do volume de água dos rios e a desertificação de várias regiões do planeta, fato que já podemos observar em alguns locais de Minas Gerais e do Brasil. A agricultura e a pecuária são fundamentais para alimentar a nação e desenvolver o País, mas, sem o seu manejo associado à conservação do meio ambiente, em breve sentiremos estas mudanças climáticas de forma mais intensa e destruidora”.
No artigo, Alexandre explicou que a interferência no ciclo tem ocorrido devido aos danos causados à natureza como um todo. “Os solos das matas e florestas são muito porosos, devido às raízes das árvores, e permitem que a água se infiltre até atingir as camadas de rochas profundas. Essa água subterrânea cria uma região rica desse precioso líquido chamada de lençol freático. É principalmente o lençol freático que alimenta as nascentes que formam riachos e rios de água pura e cristalina. A grande maioria dessas nascentes permanece brotando água mesmo no período seco. Isso ocorre porque o solo é uma grande caixa capaz de armazenar bilhões de litros de água das chuvas e liberar lentamente, através das nascentes, inclusive nos períodos de seca. Mas, com o tempo, o bicho homem chega, iniciando o processo de degradação. As matas são derrubadas para a implantação de lavouras e pastagens; os solos são revolvidos por máquinas e implementos, adubados, aplicados agrotóxicos, etc. Com o passar dos dias, toda aquela estrutura do solo é perdida. O uso de máquinas e implementos forma no solo uma estrutura compactada chamada ‘pé de grade’, que não permite a infiltração da água. Se a água se infiltra menos, então ela escorre mais pela superfície, causando erosões, assoreando os rios e aumentando a frequência das enchentes. Como o lençol freático recebe uma quantidade menor de água, o reservatório do solo fica baixo e as nascentes secam, principalmente nos períodos de seca, época em que as pessoas mais necessitam de água. A conservação do ambiente é fundamental para a manutenção do ciclo das águas no planeta”, afirmou.
Agropecuária é afetada e produtos
são inflacionados com estiagem
Além de afetar as populações urbanas, a falta de chuva também representa uma ameaça à agropecuária. Segundo o engenheiro-agrônomo e professor do curso de gestão ambiental da Unipac-GV Marcelo de Aquino Brito Lima, as mudanças no clima já têm afetado o setor no Brasil. “As mudanças climáticas afetam diretamente o setor agropecuário. A falta de chuvas ou o excesso delas prejudica muito tanto a agricultura como o setor pecuário. Afeta a produção em si e também a questão da logística [estradas] para escoamento da produção.”
Segundo Aquino, a tendência é que os preços fiquem ainda mais altos se os períodos de seca continuarem tão intensos. “Com a falta de chuvas, falta capim no pasto e o pecuarista precisará investir em ração animal, dentre outros implementos, deixando a produção de leite e carne geralmente mais caros. Na agricultura, a falta de chuvas também acarreta grandes prejuízos, principalmente para os agricultores que não possuem irrigação na propriedade, pois a demanda de água para a produção agrícola é muito grande. A dificuldade para produzir no campo vai se refletir no preço para o consumidor final. O produtor rural em nossa região vem sofrendo muito para produzir, principalmente pela falta de uso de tecnologias importantes no campo, como: a adubação de pastagens, pastejo rotacionado, produção de silagem dentre outras”, explica.
Segundo Aquino, o maior problema, atualmente, é que com as alterações climáticas a chuva tem caído de uma só vez, e não constantemente, como deveria. “Nosso planeta vem sofrendo grandes alterações climáticas [naturais] desde sua formação. Ele se aqueceu e esfriou-se naturalmente em sua trajetória. A questão antrópica [alteração no clima/ambiente através do homem] teve início com a descoberta do fogo e vem influenciando desde então o clima no planeta. A questão ‘aquecimento global’ é muito controversa. Alguns cientistas acreditam em um aquecimento causado pelo homem [poluição, desmatamento, utilização desenfreada dos recursos naturais, etc.] e outros acreditam que o clima está apenas se modificando naturalmente, como sempre aconteceu. O fato é que neste momento estamos passando na região pelo processo de desertificação, e a questão da mudança no ciclo das chuvas está preocupando a todos. Segundo estudos recentes, a quantidade de água das chuvas é a mesma anualmente, porém, onde tínhamos uma frequência de chuvas em um período maior, ela está se concentrando em um curto período, causando enormes desastres, como enchentes e destruição em massa. O fato é que a sociedade em geral precisa compreender que as modificações no clima devem ser uma preocupação de todos, pois a todos está afetando”, disse.
Aquino destaca que, para a situação mudar, ou pelo menos melhorar, é necessário mais ação política, tanto no Brasil como em outros países. “Precisamos de políticas que se preocupem com a sustentabilidade e a preservação ambiental tanto no ambiente natural como no construído [cidades]. A educação ambiental terá papel fundamental para o futuro, principalmente a educação de crianças e jovens. Medidas urgentes precisam ser tomadas para que possamos contornar a situação que vivemos na atualidade”, conclui.  
Uso racional na agricultura
Segundo dados relativos à bacia do rio Doce, em algumas regiões, como no interior do Espírito Santo, já começaram a surgir conflitos pelo uso da água, decorrentes de sua escassez. E uma das atividades econômicas que mais sofrem com a falta de água é a agricultura. Em atenção a esse problema, o Plano Integrado de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Doce (PIRH-Doce) conta com um projeto que estimula o Uso Racional da Água na Agricultura, idealizado para diminuir o impacto das demandas de irrigação sobre as vazões dos rios, sobretudo onde o balanço hídrico já é considerado desfavorável.
O programa, que será implementado em seis Comitês de Bacias dos rios afluentes, em Minas Gerais e no Espírito Santo, é desenvolvido pelo Ibio AGB-Doce (entidade equiparada e delegatária de funções de Agência de Água da Bacia do Rio Doce). A proposta é aliar à irrigação tecnologias modernas e processos de conservação da água, sem danos à produção agrícola e ainda com redução de custos.
Em 2013, após processo de licitação, o Ibio-AGB Doce contratou a Fundação Arthur Bernardes (Funarbe), empresa vinculada à Universidade Federal de Viçosa (UFV), que desenvolveu o irrigâmetro. Constituído de um evaporímetro e um pluviômetro, o aparelho determina com precisão a necessidade de irrigação e a quantidade de água ideal a cada lavoura. Sua inovação consiste na fácil utilização, uma vez que não requer operações matemáticas, como outros dispositivos com a mesma função.
No ano passado, foram instalados aproximadamente 80 irrigâmetros, sem qualquer ônus para os produtores, sendo já atendidas 36 propriedades nas bacias do rio Guandu (ES) e 37 na bacia do rio Caratinga (MG), conforme indicação dos respectivos Comitês de Bacia. Os recursos investidos também são provenientes da cobrança pelo uso da água na macrobacia do rio Doce.
A expectativa é de que, até 2015, 240 propriedades rurais receberão a nova tecnologia. Este ano, devem ser contempladas 40 na bacia do rio Manhuaçu (MG) e 40 na bacia do rio Santa Maria do Doce (ES), e no próximo, 40 na bacia do rio Suaçuí (MG) e 40 na bacia do rio São José (ES). O Programa de Incentivo ao Uso Racional da Água na Agricultura inclui, ainda, estudos e diagnósticos sobre captação e condução da água, sistemas de irrigação e potencial de poluição por insumos agrícolas, entre outras ações.
Saneamento é essencial
Segundo a Associação Mineira de Municípios, 90% das cidades do Estado não possuem o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB), que, com a Lei 11.445, de 2007, passou a ser exigido para que os municípios possam pleitear recursos federais para fins de saneamento básico. Uma das razões para a não existência do plano é a falta de verba destinada à sua elaboração.
Em toda a bacia do rio Doce, 57 cidades já iniciaram a elaboração dos planos, num total de mais de R$ 9 milhões investidos. A expectativa é de que 155 municípios, pertencentes às bacias dos rios Piranga, Piracicaba, Santo Antônio, Suaçuí, Caratinga, Manhuaçu, Guandu e São José, sejam contemplados pelo Programa de Universalização do Saneamento.
Os Planos Municipais de Saneamento Básico estabelecem as diretrizes para os projetos de saneamento básico necessários às cidades, contemplando quatro eixos: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, manejo de resíduos sólidos urbanos (lixo) e drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. A seleção e a hierarquização dos municípios a serem contemplados foram feitas conforme edital de chamamento público, em processo coordenado pelos Comitês, que realizaram um grande trabalho de mobilização junto aos gestores municipais.


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AS NASCENTES E O RIO SÃO FRANCISCO

E a nascente do rio São Francisco secou! Mais importante que o seu desaparecimento temporário, é o simbolismo deste evento. Seca, queimadas, tudo contribuiu para o seu esgotamento. Com o retorno das chuvas o marco do nascimento de um dos rios mais importantes do Brasil retornará, mas não devemos esquecer a mensagem que ele nos envia: sequei! Uma seca temporária, mas sequei! Um aviso antecipado, pois daqui para frente, se nada for feito, poderá ser bem pior. Não apenas para o Rio e seus afluentes, mas para todos que dependem direta e indiretamente deste gigantesco manancial hídrico. Ele atravessa regiões extremamente quentes, áridas e secas levando água para saciar a sede das pessoas e animais, para agricultura, para navegação, ou seja, para todos. Sem as suas águas, mesmo que temporariamente, a vida na região poderá ser tornar insuportável e impraticável para animais e seres humanos. O abastecimento urbano, as indústrias, a lavoura e a pecuária, tudo ficará comprometido.
Leito do Velho Chico tomado pelo assoreamento no Norte de Minas – Foto: Frederico Martins/Divulgação

A representação simbólica da seca da nascente do rio São Francisco deve ser tratada de forma séria e responsável por todos: pelas autoridades, empresários, e as comunidades. O que devemos e podemos fazer em conjunto para evitar que uma tragédia ambiental se instale na sua bacia?
O rio São Francisco nasce aqui em Minas Gerais, na serra da Canastra a uma altitude de 1.600 metros e desloca-se 2.700 km em direção ao Nordeste do Brasil. O rio atravessa parte do semiárido do Nordeste, tendo uma grande importância regional dos pontos de vista ecológico, econômico e social. Atualmente, grandes hidrelétricas, irrigação, navegação, suprimento de água, pesca e aquicultura constituem os principais usos deste rio e de suas barragens. A bacia hidrográfica do São Francisco tem aproximadamente 640.000 km22, e estende-se por regiões com climas úmidos, semiárido, e árido. Os principais reservatórios do rio são Sobradinho, Itaparica, Paulo Afonso e Xingó. Estes reservatórios produzem energia hidrelétrica que abastecem diversas regiões do Nordeste transformando regiões antes pobres e sem perspectivas em polos regionais de desenvolvimento.
O montante de água deste rio é fabuloso, variando de 2.100 a 2.800 m3 de água por segundo, atingindo 3.000 m3 de água por segundo próximo à foz, ou seja, três milhões de litros de água por segundo! Estes fluxos são naturais, ocorrendo atualmente regularizações através dos reservatórios, para otimização do uso nas cheias e secas.
O rio São Francisco tem uma enorme importância regional, e pode ser considerado como um dos principais fatores de desenvolvimento não apenas do Nordeste brasileiro, mas também de diversas regiões de Minas Gerais. Através de inúmeros planos de desenvolvimento, um conjunto de ideias de grande porte foi sendo construído gerando um plano integrado de desenvolvimento, envolvendo as agências do governo federal, governos estaduais e iniciativa privada. Mas, será que estas ideias estão saindo do papel? Será que recursos estão sendo investidos corretamente na gestão e recuperação da bacia? Será que as empresas localizadas na bacia estão cumprindo o seu papel ambiental? Nas próximas chuvas o rio voltará ao seu ritmo caudaloso, mas ele já enviou o seu recado, restando a nós a interpretação e a ação.
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DEVEMOS TEMER O EBOLA?

O mundo se tornou um lugar pequeno. As passagens aéreas, cada vez mais acessíveis, a quantidade de voos pelo mundo sem contar os outros transportes de massa via terrestre que tornaram as distâncias menores, facilitando a movimentação das pessoas para turismo, trabalho e estudo. Esta movimentação em massa ao redor do planeta traz uma série de benefícios, principalmente econômicos e sociais, mas pode ser acompanhada de graves problemas, principalmente na disseminação de doenças. Apesar de todos os sistemas de barreiras e quarentenas nos aeroportos e portos pelo mundo, as doenças sempre acham um jeito de entrar e se instalar, principalmente os vírus.
Tivemos problemas com a gripe espanhola no inicio do século passado e recentemente a gripe aviária e a gripe suína, de origem asiática e americana, mas que disseminaram pelo mundo. Vírus que se espalham pelo ar e pelo contato entre pessoas. Apesar de toda a preocupação e precaução, estes vírus não se mostraram de elevada letalidade e ocorreu um número pequeno de mortes e um rápido controle. Agora é diferente: temos o vírus ebola de origem africana e de elevada letalidade, ou seja, leva quase todos os infectados a morte. Uma morte rápida e dolorosa com náuseas, vômitos, diarreias e hemorragias pelo corpo.
Este vírus, conhecido há várias décadas sempre foi controlado na sua origem evitando a sua disseminação, mas agora fugiu do controle. Cidades de países do Oeste da África estão com altos índices de transmissão do vírus com as suas populações sendo dizimadas. Muitas pessoas ao tentar fugir da epidemia estão levando com elas o vírus espalhando-os cada vez mais para diversos países africanos, países que não tem a mínima condição de conter este vírus altamente mortal.
E um Liberiano que recentemente chegou aos Estados Unidos foi detectado com o vírus. Desde a sua chegada ao país até a internação hospitalar e confirmação ele teve contato direto com dezenas de pessoas. Só para lembrar: o vírus é transmitido por contato com fluidos corporais. Ele está internado em estado grave e as pessoas, cerca de oitenta, estão sendo monitoradas pelo serviço americano de saúde. Será que tem volta?
Mas tudo que é ruim pode piorar. Segundo o chefe da missão da ONU para o controle do ebola, o vírus pode sofrer uma mutação e se espalhar pelo ar como o vírus da gripe. Um cenário de pesadelo que não pode ser descartado, considerando que os vírus são de fácil adaptação e mutação genética, principalmente considerando que ele irá se desenvolver em um novo ambiente, diferente do africano.
Os vírus mudam mais rapidamente do que criamos novas tecnologias. Infelizmente milhares de pessoas do continente africano que já sofrem com a pobreza, a fome, as guerras civis, estão condenadas a morte por conta do ebola.
E o Brasil? Estamos preparados para evitar a sua entrada no território nacional? E se entrar, estamos preparados para contê-lo e evitar que se espalhe? Em 2016 teremos as olimpíadas no Brasil, evento que reúne milhões de pessoas de todo o mundo e de todos os países, afinal, das olimpíadas todos participam, diferentemente da copa do mundo. Estamos vivendo intensamente a política, mas não podemos ser alienados, esquecendo o que acontece ao nosso redor.
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ARTIGO: A DISSEMINAÇÃO DO VÍRUS EBOLA




RIQUEZA NATURAL: A ÁGUA NOSSA DE CADA DIA

Comemoramos o dia mundial da água com falta d’água em muitas regiões de Minas Gerais. O Norte de Minas já está sinalizando com racionamento no inicio do período seco, ou seja, a expectativa para meados do ano até outubro/novembro são as piores possíveis. As águas do período chuvoso que deveriam ser armazenadas para suprimento no período seco não vieram, desta forma, o planejamento de racionamento está sendo realizado desde já, mesmo com a existência ainda, de alguma água armazenada. Na região Leste e Nordeste de Minas a situação não difere muito, apesar de ter caído um pouco mais de água. No ano passado, em todos os meses, os índices de chuva ficaram abaixo da média histórica da região, fato que já se repete há alguns anos. Começamos 2013 com veranicos (períodos secos que surgem durante o período chuvoso) em fevereiro. Enquanto isto, massas de umidade continuam a castigar o Rio de Janeiro, mais precisamente em Petrópolis onde foi registrado mais de 400 milímetros de chuva em menos de 24 horas, evento que já tirou a vida de mais de 30 pessoas. Podemos verificar que o problema não está na falta das chuvas mas na sua distribuição. Não podemos afirmar ou culpar as mudanças climáticas quando alguns eventos ocorrem esporadicamente, mas quando ocorrem com certa freqüência às coisas mudam assim como as suas interpretações. Na prática estamos alterando todo o ciclo hidrológico do planeta e os ciclos locais. Desmatamentos, solos erodidos, assoreamento de rios, esgotos despejados nos cursos de água, tudo contribui para alterar este ciclo e consequentemente, todo o clima de uma região. No Médio Rio Doce a desertificação já é uma realidade. As cianobactérias comprometendo a qualidade da água tratada também. Ainda bem que elas ainda não começam a produzir toxinas, mas estamos a um passo disto acontecer e quando acontecer irá realmente comprometer o abastecimento das cidades, isto se os nossos rios não secarem antes ou virarem enormes valões de esgoto a céu aberto. No período seco, em determinadas áreas da bacia, já é possível atravessar o Rio Doce andando. Os governos Federal e Estadual devem aplicar a lei e cobrar de forma mais enérgica, principalmente dos municípios de maior porte o tratamento de seu esgoto e o destino adequado de seus resíduos. Infelizmente a falta de compromisso impera nas gestões municipais, afinal, o cargo é temporário, de quatro ou oito anos, empurrando com a barriga todos estes passivos para a próxima gestão resolver ou empurrar também para frente.

Abobrinha de 3 cm é colhida por lavrador

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Uma  pouco maior que uma unha foi colhida em uma propriedade rural, na comunidade das Neves, a aproximadamente 50 km de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha. As abobrinhas devem ter no máximo 20 cm de comprimento, mas essa colhida no Vale do Jequitinhonha impressiona pelo tamanho reduzido, apenas 3 cm e 10 gramas.
O locutor Roger Silva, 29 anos, conta que ganhou o legume do sogro e resolveu levar para a cidade de Araçuaí. “Achei muito interessante e pedi meu sogro para trazer a abobrinha comigo. Pesquisei na internet e não encontrei nenhuma com tamanho menor. Ela é pouco maior do que a minha unha”, afirma Roger.
A abobrinha foi colhida pelo lavrador Manoel dos Santos Bicalho, de 62 anos, na fazenda Grupiara. Ele garante que nunca viu nada igual. “Ficamos todos impressionados. Vi que ela já estava madura e que não cresceria mais por isso preferi retirá-la. As abobrinhas que a gente vê por aqui geralmente são bem maiores”, conta Manoel dos Santos.

O engenheiro agrônomo Alexandre Sylvio da Costa destaca que este tipo de caso não é comum. Ele explica que a falta de água ou um problema nutricional pode ter impedido a abobrinha de desenvolver até o seu tamanho normal.
“Pode ter ocorrido um problema hídrico, falta de água ou um problema nutricional. Isso pode ter feito com que a abobrinha ficasse madura antes de atingir o seu tamanho normal”, diz o engenheiro agrônomo.
Alexandre Sylvio revela o que normalmente ocorre em casos como este. “O mais comum é que o legume seja abortado. Ele não vinga. Curiosamente aconteceu o contrário, a planta segurou o fruto e ele madurou antes de atingir o tamanho ideal”, afirma Sylvio.

PRÊMIO EXCELÊNCIA E QUALIDADE BRASIL RECEBIDO NO DIA 17/06/2013 NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DE SÃO PAULO ENGENHEIRO AGRÔNOMO/PESQUISADOR






QUEIMADAS NO PERÍODO SECO PREJUDICAM OS SOLOS, AS MATAS E AS PASTAGENS NA REGIÃO DO VALE DO RIO DOCE

http://g1.globo.com/mg/vales-mg/mgintertv-1edicao/videos/t/edicoes/v/15-ocorrencias-de-incendio-sao-registradas-nas-primeiras-semanas-de-julho-em-valadares/2710604/

Incêndio atinge mata às margens da BR-381 na saída de Valadares para Ipatinga

15 ocorrências de incêndio são registradas nas primeiras semanas de julho em Valadares

TRATAMENTO DE ESGOTO EM GOVERNADOR VALADARES, PROBLEMA OU SOLUÇÃO?????

http://g1.globo.com/mg/vales-mg/mgintertv-1edicao/videos/t/edicoes/v/moradores-do-bairro-santos-dumont-continuam-protesto-contra-contrucao-de-ete/3094762/

1o LUGAR - PRÊMIO CIÊNCIA E TECNOLOGIA/ 2013 - SOCIEDADE MINEIRA DE ENGENHEIROS






ALIMENTOS TRANSGÊNICOS

 http://g1.globo.com/mg/vales-mg/mgintertv-1edicao/videos/t/edicoes/v/reportagem-esclarece-duvidas-sobre-alimentos-transgenicos/3312587/

Rodovias, que cortam Valadares, são usadas para descarte irregular de entulhos

http://g1.globo.com/mg/vales-mg/mgintertv-2edicao/videos/t/edicoes/v/rodovias-que-cortam-valadares-sao-usadas-para-descarte-irregular-de-entulhos/3452534

Reproduzir o vídeo

PRÊMIO ANITA GARIBALDI - PORTO ALEGRE 2014

CONTAMINAÇÃO DE SOLO E ÁGUA COM METAIS PESADOS DE BATERIAS

http://g1.globo.com/mg/vales-mg/mgintertv-2edicao/videos/t/edicoes/v/grupo-de-escoteiros-de-valadares-recolhem-aparelhos-celulares-usados/3497378/?fb_action_ids=634918593271876&fb_action_types=og.likes

INVERNO NA REGIÃO DO VALE DO RIO DOCE

http://g1.globo.com/mg/vales-mg/mgintertv-1edicao/videos/t/edicoes/v/inverno-deve-ser-%20seco-com-temperaturas-em-torno-de-16c-no-vale-do-rio-doce/2647750/?fb_action_ids=658557194241349&fb_action_types=og.likes

QUEIMADAS PREJUDICAM OS SOLOS AUMENTANDO OS RISCOS DE EROSÃO

http://g1.globo.com/mg/vales-mg/mgintertv-1edicao/videos/t/edicoes/v/medidas-preventivas-sao-tomadas-no-pico-do-ibitutuna-para-evitar-incendios/3597571/

SANEAMENTO BÁSICO - ESGOTO NOS RIOS


http://g1.globo.com/mg/vales-mg/mgintertv-1edicao/videos/t/edicoes/v/valadares-e-destaque-em-levantamento-dos-piores-saneamentos-basicos-do-brasil/3617977/

AVALIAÇÃO DA LAGOA DO BAIRRO PÉROLA EM GOVERNADOR VALADARES


http://g1.globo.com/mg/vales-mg/mgintertv-1edicao/videos/t/edicoes/v/lagoa-do-perola-em-valadares-corre-o-risco-de-sumir-por-causa-do-assoreamento/3625562/

PRODUÇÃO DE GESSO DE RESÍDUO INDUSTRIAL


https://www.youtube.com/watch?v=1OonPhPt4cw

JORNAL HOJE EM DIA


http://www.hojeemdia.com.br/horizontes/descoberta-mineira-pode-substituir-gesso-em-obras-1.268779

Descoberta mineira pode substituir gesso em obras

PRODUÇÃO DE GESSO ECOLÓGICO UTILIZANDO RESÍDUOS INDUSTRIAIS DA INDUSTRIA DE CELULOSE E DE BATERIAS AUTOMOTIVAS




REPORTAGEM PRODUÇÃO DE GESSO ALTERNATIVO

http://g1.globo.com/mg/vales-mg/mgintertv-1edicao/videos/t/edicoes/v/alunos-de-engenharia-desenvolvem-pesquisa-que-transforma-solucoes-de-baterias-em-gesso/3669116/

VANTAGENS DO USO DA GASOLINA ADITIVADA


http://g1.globo.com/mg/vales-mg/mgintertv-2edicao/videos/t/edicoes/v/motoristas-de-valadares-analisam-a-futura-exigencia-do-uso-da-gasolina-aditivada/3564871/

VÍRUS EBOLA PODE SOFRER MUTAÇÃO E SE ESPALHAR PELO AR

http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/virus-ebola-pode-sofrer-mutacao-se-espalhar-pelo-ar-alerta-onu-14114288

terça-feira, 2 de setembro de 2014

QUEM PAGA PELA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL?

Um produtor quando adquire uma propriedade rural, em um primeiro momento, pensa que toda aquela vastidão pertence a ele, mas não é verdade. Vamos aos fatos. Em primeiro lugar, 20% de sua propriedade deve ser separada e registrada como reserva legal, uma área onde a vegetação nativa deve permanecer intocada, onde nem mesmo o proprietário poderá alterar ou retirar qualquer espécie vegetal.
Além da reserva legal, o código florestal cita que as áreas de proteção permanente também deverão ser protegidas pelo próprio proprietário rural. Áreas como as encostas de elevada declividade, margens de cursos d’água, veredas, dentre outros sistemas descritos no código florestal.
E as nascentes, córregos e cursos de água que estão dentro da fazenda? O produtor também não pode usar ou alterar devendo, por lei proteger. Caso ele queira usar ele deverá pedir autorização onde será destinado um limite máximo para uso sem pagamento. E se for um poço para retirar água subterrânea? Também não pode sem informar aos órgãos competentes.
E os animais silvestres que tem nestas matas seu habitat e que atacam os rebanhos e as lavouras causando prejuízos? Estes também são intocáveis, pois são animais silvestres e mesmo estando nas propriedades rurais, é um patrimônio natural comum a todos. O restante da propriedade o produtor poderá utilizar para produzir, mas qualquer técnica utilizada fora das leis como as queimadas em pastagens, uso inadequado de agrotóxicos, bovinos sem vacinação contra a aftosa dentre outros, a fiscalização poderá autua-lo e multa-lo.
Resumindo, o produtor rural é obrigado a seguir as leis sob pena de pagar severas multas a ponto de ter a sua atividade inviabilizada. Mas, tudo que citamos como a preservação das matas, das águas, dos animais e do meio ambiente é para preservar toda a sociedade e o próprio meio ambiente. O produtor rural tem a sua área de trabalho para implantação das lavouras e pastagens reduzida e um custo adicional, pois preservar florestas, matas, nascentes, animais silvestres, rios e os solos tem um custo.
O meio ambiente é um bem comum e patrimônio da sociedade, mesmo estando dentro de uma propriedade rural. Mas a legislação repassa o ônus para o produtor rural, mas e os bônus? Se é um bem comum deveria ser responsabilidade de todos. As linhas existentes de pagamento por serviços ambientais são muito frágeis e que muitas vezes não cobrem os gastos que o produtor tem na preservação destas áreas localizadas em sua propriedade. Para os grandes produtores rurais, mais capitalizados, o processo é mais fácil, mas para os pequenos e médios produtores o sistema fica mais difícil.
A recuperação e preservação do meio ambiente nas propriedades rurais deveria ser vista como uma atividade produtiva e remunerada de forma mais vantajosa. Atualmente os governos estaduais e federal investem mais dinheiro na mídia política do que no pagamento de serviços ambientais. A população já paga por estes serviços ambientais através dos impostos, mas estes não são repassados para quem realmente é cobrado pela preservação ambiental.
Em algumas cidades de Minas Gerais e do Exterior temos exemplos claros de que quando remunerados de forma justa, o produtor rural deixa de ser um inimigo e passa a ser um aliado da preservação ambiental.

CONHECER PARA PRESERVAR

O Brasil é um país continental, desta forma os fatos climáticos devem ser analisados regionalmente e com cuidado, considerando a avalanche de informações técnicas que são inseridas diariamente nos sistemas e na internet.
Temos atualmente em São Paulo e em grande parte de Minas Gerais extensos territórios sofrendo com a escassez de água, enquanto no Sul do Brasil, acompanhamos a poucas semanas grandes enchentes nos três estados daquela região onde até mesmo uma vaca foi parar no topo de um poste por conta do volume das águas.
Mas se voltarmos um pouco mais no tempo, mais precisamente em dezembro de 2013, lembraremos das enchentes que atingiram parte do Estado de Minas Gerais e arrasaram o Espírito Santo. Em algumas regiões as chuvas atingiram quase 900 milímetros, valores esperados para quase todo o ano. Mas agora, em grande parte de Minas Gerais, temos a preocupação com a estiagem e os reduzidos volumes de chuvas.
Os relatórios da CPRM indicam que de janeiro a março deste ano nas bacias do Rio Doce e Jequitinhonha as chuvas foram, em média, 45% das chuvas médias históricas dos últimos 15 anos. No Vale do Mucuri este valor foi um pouco melhor: 65%. Em cidades de médio porte como Governador Valadares, na bacia do Rio Doce o próprio Rio Doce atingiu níveis muito baixos a ponto de ameaçar o processo de captação de água pela empresa de abastecimento.
A situação se agrava considerando que temos ainda pela frente pelo menos três meses de período seco, ou seja, existe a tendência do Rio Doce baixar ainda mais. Em Tumiritinga, também as margens do Rio Doce e onde é realizada uma das leituras de volume de água, os valores medidos em março foram de 280 metros cúbicos de água por segundo com registro mínimo histórico de 207 metros cúbicos por segundo, ou seja, ao que tudo indica, o volume do Rio Doce, este ano irá bater o recorde de baixa no volume de água.
Estamos colocando como exemplo o Rio Doce, mas diversos outros rios do Estado encontram-se na mesma situação. Mas, porque esta situação agora? Temos que avaliar considerando os fatores climáticos globais e locais além é claro, da ação do homem.
Onde foi parar aqueles 900 milímetros de chuvas que caíram em dezembro do ano passado. Uma parte vai direto para os rios, mas outra grande parte deveria infiltrar no solo e ser armazenada nos lençóis freáticos e artesianos para serem liberados lentamente ao longo dos meses, principalmente no período de estiagem, evitando uma redução excessiva na vazão dos rios e no comprometimento do abastecimento das cidades, mas infelizmente, isto não tem acontecido.
A degradação das matas e a erosão dos solos tem impedido que este processo do ciclo hidrológico ocorra, prejudicando não apenas o homem, mas todos os seres vivos que dependem destes recursos hídricos.
A solução deste problema não está em medidas mirabolantes ou projetos complexos, mas no conjunto da atitude que passa pelos governos, pelos empresários, produtores rurais até chegar as cidades e a população. Apenas a consciência ambiental no campo e nas cidades poderá reverter este quadro que está se mostrando extremamente crítico em um futuro próximo.

A EDUCAÇÃO E O CONHECIMENTO: A BASE PARA O DESENVOLVIMENTO (EDUCATION AND KNOWLEDGE: THE BASIS FOR DEVELOPMENT)




Cientistas de um certo país realizaram uma pesquisa inédita com uma aranha. Cortaram uma das pernas da aranha e, em seguida gritaram: “ande aranha!”, e a aranha andou. Cortaram mais uma das pernas da aranha e gritaram novamente: “ande aranha!”, e a aranha andou. Fizeram os mesmos testes com as demais pernas da aranha até que, finalmente, arrancaram a última perna do pobre aracnídeo e gritaram: “ande aranha!” e a aranha não andou. Gritaram novamente e mais forte: “ande aranha!” e ela não andou. Após vários gritos ensurdecedores chegaram à seguinte conclusão sobre a pesquisa: aranha sem pernas é surda!
Piadas a parte, a ciência é uma caixinha de surpresas, mas nem tanto, afinal antes de iniciarmos uma atividade de pesquisa científica devemos nos basear inicialmente no conhecimento e no entendimento dos processos para realizarmos os estudos adequados e chegarmos às conclusões corretas evitando afirmar que a aranha sem pernas é surda. Todo estudo que trazemos da infância, desde os primeiros anos até a Universidade são fundamentais para a compreensão dos eventos, analisando os mesmos de forma lógica. O dois mais dois da matemática, a aceleração do automóvel da física, as proteínas das ciências e por aí vai. Como poderíamos calcular a estrutura de uma ponte sem saber cálculo; como poderíamos entender e curar uma gripe se não sabemos quem são os vírus. Todos os eventos do planeta (ou quase todos) podem ser explicados com base técnica e científica considerando que dominamos o conhecimento básico das matérias.
Em muitas situações além do conhecimento básico que deve ser sólido, devemos ter também o conhecimento específico. Antigamente para melhorar a produção do milho, por exemplo, era necessário ter o conhecimento das variedades de milho e cruzá-los entre si, ou seja, só podíamos cruzar o milho com milho. Com o advento dos transgênicos esta restrição genética acabou e agora podemos associar o material genético do milho com o feijão, o arroz, os microrganismos e qualquer outro individuo, bastando através de uma célula ou um conjunto de células retirar o material genético que interessa injetando na célula da planta e pronto: transferimos a informação genética de um individuo para o outro completamente diferente. Mas para que o cientista pudesse realizar esta tarefa foram necessários anos de estudo na graduação, no mestrado, no doutorado e até mesmo no pós-doutorado. A transgenia tem sido uma ferramenta fundamental na melhoria do desempenho de nossa agricultura, mas que só é desenvolvida por pessoas que entendem rigorosamente do assunto, os cientistas geneticistas.
Após este longo discurso gostaria de afirmar que: estudar é bom, estudar é divertido, estudar traz novos conhecimentos, abrindo a nossa mente para o novo, e pensando em como melhorar determinada situação, pensamento este baseado na carga de conhecimento que adquirimos desde o inicio de nossos estudos. Meninos e meninas, vamos estudar, pois o futuro da ciência, da tecnologia e do desenvolvimento social está em suas mãos, ou melhor, nas suas mentes, no seu conhecimento. Como dizia minha avó: “conhecimento não ocupa espaço, por isso, vai estudar menino!”


EDUCATION AND KNOWLEDGE: THE BASIS FOR DEVELOPMENT

Scientists from a certain country conducted an unprecedented survey of a spider. They cut one of the spider legs and then shouted: "spider walk", and the spider walked. They cut another of the spider legs and shouted again: "spider walk", and the spider walked. They did the same tests with other spider legs until finally pulled the last leg of the poor arachnid and shouted: "spider walk" and the spider did not walk. They shouted again and stronger, "spider walk" and no walked. After several deafening screams came to the following conclusion about the survey: legless spider is deaf!

Despite the joke, the science is full of surprises, but not much, anyway before starting a scientific research activity should initially be based on the knowledge and understanding of the processes to accomplish the appropriate studies and arrive at correct conclusions avoiding state that legless spider is deaf. Every study that we carry from childhood, from the early years to the University are fundamental to the understanding of events, analyzing them logically. The two more two mathematics, physics acceleration automobile, protein science and so on. How could we calculate the structure of a bridge without knowing calculation; how we could understand and cure if do not know the virus. All events on the planet (or almost all) can be explained on technical and scientific basis considering we master the basic knowledge of materials.

In many situations beyond the basic knowledge that should be solid, we should also have specific knowledge. Previously to improve corn production, for example, it was necessary to have knowledge of maize and crossing them each other, could only cross the maize corn. With the advent of transgenic over and this genetic restriction we can now associate with the genetic material with the beans corn, rice, and any other individual microorganisms simply by means of a cell or group of cells to remove the genetic material that interests injecting into the plant cell and ready: transfer genetic information from one individual to another completely different. But that the scientist could accomplish this task it took years of study at the undergraduate, master's degree in in doctorate and even post-doctorate. The transgenesis has been an essential tool in improving the performance of our agriculture, but that is only developed by people what understand the subject thoroughly, geneticists scientists.

After this long speech I would like to state that: studying is good, it's fun to study, study brings new knowledge, opening our minds to the new, and thinking about how to improve a situation, thinking this based on load knowledge we gain from the beginning our studies. Boys and girls, we will study, for the future of science, technology and social development is in your hands, or rather, in their minds, in their knowledge. As my grandmother would say, "knowledge does not occupy space, so we will study Boy!"


UM NOVO OLHAR PARA O INTERIOR DO BRASIL





Avaliando alguns dados interessantes sobre os municípios brasileiros verificamos as desigualdades existentes e, por conta disto, as condições sociais, econômicas e as características do deslocamento das pessoas do campo para as cidades e entre as cidades. Na microrregião de Governador Valadares, por exemplo, composta por 25 municípios, constatou-se entre os anos de 2000 e 2010 que a população total dos municípios reduziu em dez deles, ou seja, 40% do total. Quando analisamos a população rural dos municípios a situação piora com queda do numero de pessoa em 22 deles, 88% do total. A renda per capta destes municípios gira em torno de 70% do salário mínimo, muito abaixo se compararmos a cidade sede desta microrregião em que a renda per capta da população é de 1,4 salário mínimo.
Mas, de todos os fatores analisados o que mais impressiona é a distribuição de renda. Quando avaliamos este fator, mais da metade da receita das cidades fica nas mãos dos 20% mais ricos, enquanto menos da metade da renda das cidades vai para as mãos dos 80% restante das pessoas. Isto acontece de forma mais intensa em algumas cidades da região como Nacip Raydan onde 63% da renda da cidade fica nas mãos dos 20% mais ricos enquanto 37% nas mãos dos 80% das pessoas de menor renda. Outras cidades da região como São José do Divino, Mathias Lobato, São Geraldo da Piedade e Itanhomi apresentam distribuição de renda muito desigual, com valores próximos a Nacip Raydan. Este problema pode ser observado pelo índice GINI que avalia a desigualdade na distribuição de renda dos municípios. Nestes casos os valores estão próximos a 0,6 em uma escala que vai até 1,0, valor considerado elevado. Para se ter um parâmetro de comparação, o índice GINI de Minas Gerais é de 0,476.
Os números são claros e podem explicar o grande êxodo que ocorre nas pequenas cidades de diversas microrregiões do Brasil. As atividades agropecuárias dos pequenos produtores rurais são pouco valorizadas e de reduzido retorno econômico, isto quando não dá prejuízo. Nas sedes destas cidades os empregos também são escassos e quando surgem, são de baixa remuneração. Alguns empreendedores que se instalam nestes municípios costumam dominar os setores comerciais e produtivos pela falta de concorrência concentrando a renda e pagando baixos salários. A saída imediata passa a ser o município sede da microrregião onde se concentra a grande maioria dos recursos financeiros, os salários são melhores e se tem uma maior garantia do cumprimento das normas trabalhistas. Algumas pessoas sonhando com voos mais altos se deslocam para a capital do estado e até mesmo para o exterior.
Uma política de fixação do homem no interior deve ser implementada rapidamente e de forma efetiva considerando que o inchaço das cidades sede de regiões administrativas está cada vez mais intenso por conta das migrações em busca de oportunidades de crescimento e melhoria da qualidade de vida. Enquanto isto, as pequenas cidades reduzem de tamanho, praticamente desaparecendo do mapa, servindo apenas para atividades políticas de grupos específicos. O estado deve levar o desenvolvimento para o interior sob o risco de aumentar cada vez mais os problemas dos grandes centros urbanos como a ocupação desordenada do solo e a violência.

A PRECISÃO DAS PESQUISAS ELEITORAIS (1ª Parte)

Finalmente após anos acompanhando as pesquisas eleitorais pela televisão e jornais, vejo os jornalistas descrevendo as principais informações das pesquisas e não apenas um número simples e frio que durante muito tempo foi interpretado de forma equivocada. Quando citam as pesquisas reforçam as informações sobre margem de erro, número de eleitores pesquisados e, recentemente, intervalo de confiança, fatores de extrema importância na interpretação dos resultados.
Em primeiro lugar vamos analisar o número de eleitores que participam destas pesquisas: cerca de 2400 pessoas e que devem representar a opinião dos eleitores brasileiros, cerca de 135 milhões de pessoas. Este processo é chamado de amostragem. Existe a chance de errar? É claro! Por conta disto a primeira análise é a margem de erro e que está associada ao número de pessoas que participam da pesquisa. Quanto maior o número de pessoas entrevistadas, maior será a precisão dos resultados e, consequentemente menores as chances da pesquisa errar, a chamada margem de erro. Mas então, porque não se faz uma pesquisa com um número maior de pessoas? Custo meu amigo! Quanto maior o número de pessoas entrevistadas, maior será o custo da pesquisa. A maioria das pesquisas utiliza uma margem de erro de 2% para cima e para baixo. Desta forma, o candidato A que está com 30% dos votos na pesquisa eleitoral, na realidade ele não tem 30%, mas com valores de 2% para mais e para menos da margem de erro, a pesquisa garante, parcialmente, que o candidato teria, se a eleição fosse hoje, entre 28% e 32%. Se o candidato B apontar nas pesquisas com 27% dos votos, na verdade a estatística descreve ele com valores entre 29% e 25%. Desta forma entramos na primeira avaliação correta e não indutiva dos resultados. Se avaliarmos apenas os números fixos, verificamos que o candidato A está na frente do candidato B, fato que a pesquisa não garante pois o que interessa é o intervalo da margem de erro. Como existe uma sobreposição de valores, ou seja, os valores do intervalo de um candidato coincidem, por menor que seja, com os valores do outro candidato, a estatística afirma que eles estão tecnicamente empatados.
Atualmente um segundo fator entrou no vocabulário dos candidatos em relação às pesquisas: o intervalo de confiança. Vamos voltar ao candidato A que está com votação variando entre 28% e 32%. A pesquisa também não pode afirmar com 100% de certeza de que, se a eleição fosse hoje, a votação do candidato estaria dentro deste intervalo. Desta forma, antes de iniciar as pesquisas, é calculado o intervalo de confiança, significando que, o candidato tem uma determinada garantia de que a votação dele estará dentro daquele intervalo. Esta confiança deverá ser de, no mínimo, 95%, ou seja, existe ainda a probabilidade de 5% das pesquisas estarem erradas, ou a votação do candidato A ficar fora da faixa entre 28% e 32%. Para aumentar esta confiança seria necessário fazer a pesquisa com um número maior de pessoas, fato que elevaria custo da pesquisa.
Podemos verificar que nenhuma pesquisa de opinião é 100% confiável, mas nos mostram uma tendência de como as pessoas estão pensando. No próximo artigo vamos analisar o grande problema das pesquisas: a coleta das informações em campo. Você já foi entrevistado em algumas destas pesquisas eleitorais?
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A PRECISÃO DAS PESQUISAS ELEITORAIS (2ª Parte)

No artigo anterior descrevemos sobre as informações técnicas e estatísticas que validam uma pesquisa eleitoral. Neste artigo vamos comentar sobre um ponto extremamente importante: a coleta dos dados.
No Brasil temos informações de todos os tipos. As informações são coletadas por diversos órgãos como IBGE, Fundação João Pinheiro, dentre outros. Estas informações são extremamente importantes em vários aspectos, principalmente no direcionamento das políticas públicas, mas no caso das pesquisas eleitorais, servem como base para saber o que as pessoas estão pensando sobre os candidatos. Graças ao censo e a outras pesquisas amostrais sabemos com grande precisão quantos homens e mulheres existem no país e são eleitores, as idades, escolaridade, rendimento, onde mora, se é atendido pelas políticas públicas, dentre outras diversas variáveis. Esta segmentação de informações torna-se importante no momento de definir quantas pessoas serão entrevistadas em cada grupo. Por exemplo, se temos mais pessoas, eleitores, na classe C em relação a classe A, a proporção de pessoas que serão entrevistadas na pesquisa deverá ser maior da classe C em relação a classe A. Esta divisão também deverá ser respeitada em relação aos demais fatores como sexo, idade e escolaridade.
Com o quadro de grupos de pessoas definido, os pesquisadores definem as regiões do Brasil onde serão selecionados os entrevistados. Na região Sudeste, por exemplo, onde temos a maior densidade populacional do Brasil, teremos o maior número de entrevistados, respeitando-se a proporção também para as demais regiões e estados. Com tudo definido, os funcionários dos institutos de pesquisa iniciam a coleta das informações em campo e é aí que os problemas começam.
As avaliações dos candidatos pelas pessoas, principalmente pelas de baixa renda e escolaridade, grupo que predomina no Brasil, tende a apresentar um caráter pessoal. Por exemplo, grupo de pessoas da classe D e E que recebem o bolsa família e o grupo que não recebe, ou o grupo de pessoas que receberam casas do programa minha casa minha vida e o grupo que não recebeu. Estas pessoas tendem a ter opiniões distintas em relação ao candidato que está no poder ou de um candidato que já foi gestor público e que, de uma forma direta contribuiu ou não para a sua melhoria de vida. A maioria dos eleitores brasileiros não estão interessados em saber se fulano ou sicrano é corrupto, mas se tem água tratada na sua torneira, rede de esgoto, escola para as crianças, posto de saúde com médico para atender aos doentes, ajuda financeira no banco para alimentação, dentre outros pontos que interferem diretamente na vida do cidadão. Isto fica claro quando vemos um candidato a governador que foi flagrado recebendo dinheiro ilícito em um evidente ato de corrupção e que está na frente das pesquisas eleitorais deste mesmo estado, ou como escutamos durante décadas a respeito de um gestor do Estado de São Paulo onde a frase mágica das pessoas era: “ele rouba mas ele faz”.
As pesquisas eleitorais realizadas de forma séria, técnica e idônea são confiáveis e realmente refletem uma realidade de momento em relação aos eleitores, mas muitas não são. Por isto, devemos sempre confiar, desconfiando.
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