Finalmente após anos acompanhando as pesquisas eleitorais pela televisão e jornais, vejo os jornalistas descrevendo as principais informações das pesquisas e não apenas um número simples e frio que durante muito tempo foi interpretado de forma equivocada. Quando citam as pesquisas reforçam as informações sobre margem de erro, número de eleitores pesquisados e, recentemente, intervalo de confiança, fatores de extrema importância na interpretação dos resultados.
Em primeiro lugar vamos analisar o número de eleitores que participam destas pesquisas: cerca de 2400 pessoas e que devem representar a opinião dos eleitores brasileiros, cerca de 135 milhões de pessoas. Este processo é chamado de amostragem. Existe a chance de errar? É claro! Por conta disto a primeira análise é a margem de erro e que está associada ao número de pessoas que participam da pesquisa. Quanto maior o número de pessoas entrevistadas, maior será a precisão dos resultados e, consequentemente menores as chances da pesquisa errar, a chamada margem de erro. Mas então, porque não se faz uma pesquisa com um número maior de pessoas? Custo meu amigo! Quanto maior o número de pessoas entrevistadas, maior será o custo da pesquisa. A maioria das pesquisas utiliza uma margem de erro de 2% para cima e para baixo. Desta forma, o candidato A que está com 30% dos votos na pesquisa eleitoral, na realidade ele não tem 30%, mas com valores de 2% para mais e para menos da margem de erro, a pesquisa garante, parcialmente, que o candidato teria, se a eleição fosse hoje, entre 28% e 32%. Se o candidato B apontar nas pesquisas com 27% dos votos, na verdade a estatística descreve ele com valores entre 29% e 25%. Desta forma entramos na primeira avaliação correta e não indutiva dos resultados. Se avaliarmos apenas os números fixos, verificamos que o candidato A está na frente do candidato B, fato que a pesquisa não garante pois o que interessa é o intervalo da margem de erro. Como existe uma sobreposição de valores, ou seja, os valores do intervalo de um candidato coincidem, por menor que seja, com os valores do outro candidato, a estatística afirma que eles estão tecnicamente empatados.
Atualmente um segundo fator entrou no vocabulário dos candidatos em relação às pesquisas: o intervalo de confiança. Vamos voltar ao candidato A que está com votação variando entre 28% e 32%. A pesquisa também não pode afirmar com 100% de certeza de que, se a eleição fosse hoje, a votação do candidato estaria dentro deste intervalo. Desta forma, antes de iniciar as pesquisas, é calculado o intervalo de confiança, significando que, o candidato tem uma determinada garantia de que a votação dele estará dentro daquele intervalo. Esta confiança deverá ser de, no mínimo, 95%, ou seja, existe ainda a probabilidade de 5% das pesquisas estarem erradas, ou a votação do candidato A ficar fora da faixa entre 28% e 32%. Para aumentar esta confiança seria necessário fazer a pesquisa com um número maior de pessoas, fato que elevaria custo da pesquisa.
Podemos verificar que nenhuma pesquisa de opinião é 100% confiável, mas nos mostram uma tendência de como as pessoas estão pensando. No próximo artigo vamos analisar o grande problema das pesquisas: a coleta das informações em campo. Você já foi entrevistado em algumas destas pesquisas eleitorais?
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