terça-feira, 2 de setembro de 2014

QUEM PAGA PELA PRESERVAÇÃO AMBIENTAL?

Um produtor quando adquire uma propriedade rural, em um primeiro momento, pensa que toda aquela vastidão pertence a ele, mas não é verdade. Vamos aos fatos. Em primeiro lugar, 20% de sua propriedade deve ser separada e registrada como reserva legal, uma área onde a vegetação nativa deve permanecer intocada, onde nem mesmo o proprietário poderá alterar ou retirar qualquer espécie vegetal.
Além da reserva legal, o código florestal cita que as áreas de proteção permanente também deverão ser protegidas pelo próprio proprietário rural. Áreas como as encostas de elevada declividade, margens de cursos d’água, veredas, dentre outros sistemas descritos no código florestal.
E as nascentes, córregos e cursos de água que estão dentro da fazenda? O produtor também não pode usar ou alterar devendo, por lei proteger. Caso ele queira usar ele deverá pedir autorização onde será destinado um limite máximo para uso sem pagamento. E se for um poço para retirar água subterrânea? Também não pode sem informar aos órgãos competentes.
E os animais silvestres que tem nestas matas seu habitat e que atacam os rebanhos e as lavouras causando prejuízos? Estes também são intocáveis, pois são animais silvestres e mesmo estando nas propriedades rurais, é um patrimônio natural comum a todos. O restante da propriedade o produtor poderá utilizar para produzir, mas qualquer técnica utilizada fora das leis como as queimadas em pastagens, uso inadequado de agrotóxicos, bovinos sem vacinação contra a aftosa dentre outros, a fiscalização poderá autua-lo e multa-lo.
Resumindo, o produtor rural é obrigado a seguir as leis sob pena de pagar severas multas a ponto de ter a sua atividade inviabilizada. Mas, tudo que citamos como a preservação das matas, das águas, dos animais e do meio ambiente é para preservar toda a sociedade e o próprio meio ambiente. O produtor rural tem a sua área de trabalho para implantação das lavouras e pastagens reduzida e um custo adicional, pois preservar florestas, matas, nascentes, animais silvestres, rios e os solos tem um custo.
O meio ambiente é um bem comum e patrimônio da sociedade, mesmo estando dentro de uma propriedade rural. Mas a legislação repassa o ônus para o produtor rural, mas e os bônus? Se é um bem comum deveria ser responsabilidade de todos. As linhas existentes de pagamento por serviços ambientais são muito frágeis e que muitas vezes não cobrem os gastos que o produtor tem na preservação destas áreas localizadas em sua propriedade. Para os grandes produtores rurais, mais capitalizados, o processo é mais fácil, mas para os pequenos e médios produtores o sistema fica mais difícil.
A recuperação e preservação do meio ambiente nas propriedades rurais deveria ser vista como uma atividade produtiva e remunerada de forma mais vantajosa. Atualmente os governos estaduais e federal investem mais dinheiro na mídia política do que no pagamento de serviços ambientais. A população já paga por estes serviços ambientais através dos impostos, mas estes não são repassados para quem realmente é cobrado pela preservação ambiental.
Em algumas cidades de Minas Gerais e do Exterior temos exemplos claros de que quando remunerados de forma justa, o produtor rural deixa de ser um inimigo e passa a ser um aliado da preservação ambiental.

CONHECER PARA PRESERVAR

O Brasil é um país continental, desta forma os fatos climáticos devem ser analisados regionalmente e com cuidado, considerando a avalanche de informações técnicas que são inseridas diariamente nos sistemas e na internet.
Temos atualmente em São Paulo e em grande parte de Minas Gerais extensos territórios sofrendo com a escassez de água, enquanto no Sul do Brasil, acompanhamos a poucas semanas grandes enchentes nos três estados daquela região onde até mesmo uma vaca foi parar no topo de um poste por conta do volume das águas.
Mas se voltarmos um pouco mais no tempo, mais precisamente em dezembro de 2013, lembraremos das enchentes que atingiram parte do Estado de Minas Gerais e arrasaram o Espírito Santo. Em algumas regiões as chuvas atingiram quase 900 milímetros, valores esperados para quase todo o ano. Mas agora, em grande parte de Minas Gerais, temos a preocupação com a estiagem e os reduzidos volumes de chuvas.
Os relatórios da CPRM indicam que de janeiro a março deste ano nas bacias do Rio Doce e Jequitinhonha as chuvas foram, em média, 45% das chuvas médias históricas dos últimos 15 anos. No Vale do Mucuri este valor foi um pouco melhor: 65%. Em cidades de médio porte como Governador Valadares, na bacia do Rio Doce o próprio Rio Doce atingiu níveis muito baixos a ponto de ameaçar o processo de captação de água pela empresa de abastecimento.
A situação se agrava considerando que temos ainda pela frente pelo menos três meses de período seco, ou seja, existe a tendência do Rio Doce baixar ainda mais. Em Tumiritinga, também as margens do Rio Doce e onde é realizada uma das leituras de volume de água, os valores medidos em março foram de 280 metros cúbicos de água por segundo com registro mínimo histórico de 207 metros cúbicos por segundo, ou seja, ao que tudo indica, o volume do Rio Doce, este ano irá bater o recorde de baixa no volume de água.
Estamos colocando como exemplo o Rio Doce, mas diversos outros rios do Estado encontram-se na mesma situação. Mas, porque esta situação agora? Temos que avaliar considerando os fatores climáticos globais e locais além é claro, da ação do homem.
Onde foi parar aqueles 900 milímetros de chuvas que caíram em dezembro do ano passado. Uma parte vai direto para os rios, mas outra grande parte deveria infiltrar no solo e ser armazenada nos lençóis freáticos e artesianos para serem liberados lentamente ao longo dos meses, principalmente no período de estiagem, evitando uma redução excessiva na vazão dos rios e no comprometimento do abastecimento das cidades, mas infelizmente, isto não tem acontecido.
A degradação das matas e a erosão dos solos tem impedido que este processo do ciclo hidrológico ocorra, prejudicando não apenas o homem, mas todos os seres vivos que dependem destes recursos hídricos.
A solução deste problema não está em medidas mirabolantes ou projetos complexos, mas no conjunto da atitude que passa pelos governos, pelos empresários, produtores rurais até chegar as cidades e a população. Apenas a consciência ambiental no campo e nas cidades poderá reverter este quadro que está se mostrando extremamente crítico em um futuro próximo.

A EDUCAÇÃO E O CONHECIMENTO: A BASE PARA O DESENVOLVIMENTO (EDUCATION AND KNOWLEDGE: THE BASIS FOR DEVELOPMENT)




Cientistas de um certo país realizaram uma pesquisa inédita com uma aranha. Cortaram uma das pernas da aranha e, em seguida gritaram: “ande aranha!”, e a aranha andou. Cortaram mais uma das pernas da aranha e gritaram novamente: “ande aranha!”, e a aranha andou. Fizeram os mesmos testes com as demais pernas da aranha até que, finalmente, arrancaram a última perna do pobre aracnídeo e gritaram: “ande aranha!” e a aranha não andou. Gritaram novamente e mais forte: “ande aranha!” e ela não andou. Após vários gritos ensurdecedores chegaram à seguinte conclusão sobre a pesquisa: aranha sem pernas é surda!
Piadas a parte, a ciência é uma caixinha de surpresas, mas nem tanto, afinal antes de iniciarmos uma atividade de pesquisa científica devemos nos basear inicialmente no conhecimento e no entendimento dos processos para realizarmos os estudos adequados e chegarmos às conclusões corretas evitando afirmar que a aranha sem pernas é surda. Todo estudo que trazemos da infância, desde os primeiros anos até a Universidade são fundamentais para a compreensão dos eventos, analisando os mesmos de forma lógica. O dois mais dois da matemática, a aceleração do automóvel da física, as proteínas das ciências e por aí vai. Como poderíamos calcular a estrutura de uma ponte sem saber cálculo; como poderíamos entender e curar uma gripe se não sabemos quem são os vírus. Todos os eventos do planeta (ou quase todos) podem ser explicados com base técnica e científica considerando que dominamos o conhecimento básico das matérias.
Em muitas situações além do conhecimento básico que deve ser sólido, devemos ter também o conhecimento específico. Antigamente para melhorar a produção do milho, por exemplo, era necessário ter o conhecimento das variedades de milho e cruzá-los entre si, ou seja, só podíamos cruzar o milho com milho. Com o advento dos transgênicos esta restrição genética acabou e agora podemos associar o material genético do milho com o feijão, o arroz, os microrganismos e qualquer outro individuo, bastando através de uma célula ou um conjunto de células retirar o material genético que interessa injetando na célula da planta e pronto: transferimos a informação genética de um individuo para o outro completamente diferente. Mas para que o cientista pudesse realizar esta tarefa foram necessários anos de estudo na graduação, no mestrado, no doutorado e até mesmo no pós-doutorado. A transgenia tem sido uma ferramenta fundamental na melhoria do desempenho de nossa agricultura, mas que só é desenvolvida por pessoas que entendem rigorosamente do assunto, os cientistas geneticistas.
Após este longo discurso gostaria de afirmar que: estudar é bom, estudar é divertido, estudar traz novos conhecimentos, abrindo a nossa mente para o novo, e pensando em como melhorar determinada situação, pensamento este baseado na carga de conhecimento que adquirimos desde o inicio de nossos estudos. Meninos e meninas, vamos estudar, pois o futuro da ciência, da tecnologia e do desenvolvimento social está em suas mãos, ou melhor, nas suas mentes, no seu conhecimento. Como dizia minha avó: “conhecimento não ocupa espaço, por isso, vai estudar menino!”


EDUCATION AND KNOWLEDGE: THE BASIS FOR DEVELOPMENT

Scientists from a certain country conducted an unprecedented survey of a spider. They cut one of the spider legs and then shouted: "spider walk", and the spider walked. They cut another of the spider legs and shouted again: "spider walk", and the spider walked. They did the same tests with other spider legs until finally pulled the last leg of the poor arachnid and shouted: "spider walk" and the spider did not walk. They shouted again and stronger, "spider walk" and no walked. After several deafening screams came to the following conclusion about the survey: legless spider is deaf!

Despite the joke, the science is full of surprises, but not much, anyway before starting a scientific research activity should initially be based on the knowledge and understanding of the processes to accomplish the appropriate studies and arrive at correct conclusions avoiding state that legless spider is deaf. Every study that we carry from childhood, from the early years to the University are fundamental to the understanding of events, analyzing them logically. The two more two mathematics, physics acceleration automobile, protein science and so on. How could we calculate the structure of a bridge without knowing calculation; how we could understand and cure if do not know the virus. All events on the planet (or almost all) can be explained on technical and scientific basis considering we master the basic knowledge of materials.

In many situations beyond the basic knowledge that should be solid, we should also have specific knowledge. Previously to improve corn production, for example, it was necessary to have knowledge of maize and crossing them each other, could only cross the maize corn. With the advent of transgenic over and this genetic restriction we can now associate with the genetic material with the beans corn, rice, and any other individual microorganisms simply by means of a cell or group of cells to remove the genetic material that interests injecting into the plant cell and ready: transfer genetic information from one individual to another completely different. But that the scientist could accomplish this task it took years of study at the undergraduate, master's degree in in doctorate and even post-doctorate. The transgenesis has been an essential tool in improving the performance of our agriculture, but that is only developed by people what understand the subject thoroughly, geneticists scientists.

After this long speech I would like to state that: studying is good, it's fun to study, study brings new knowledge, opening our minds to the new, and thinking about how to improve a situation, thinking this based on load knowledge we gain from the beginning our studies. Boys and girls, we will study, for the future of science, technology and social development is in your hands, or rather, in their minds, in their knowledge. As my grandmother would say, "knowledge does not occupy space, so we will study Boy!"


UM NOVO OLHAR PARA O INTERIOR DO BRASIL





Avaliando alguns dados interessantes sobre os municípios brasileiros verificamos as desigualdades existentes e, por conta disto, as condições sociais, econômicas e as características do deslocamento das pessoas do campo para as cidades e entre as cidades. Na microrregião de Governador Valadares, por exemplo, composta por 25 municípios, constatou-se entre os anos de 2000 e 2010 que a população total dos municípios reduziu em dez deles, ou seja, 40% do total. Quando analisamos a população rural dos municípios a situação piora com queda do numero de pessoa em 22 deles, 88% do total. A renda per capta destes municípios gira em torno de 70% do salário mínimo, muito abaixo se compararmos a cidade sede desta microrregião em que a renda per capta da população é de 1,4 salário mínimo.
Mas, de todos os fatores analisados o que mais impressiona é a distribuição de renda. Quando avaliamos este fator, mais da metade da receita das cidades fica nas mãos dos 20% mais ricos, enquanto menos da metade da renda das cidades vai para as mãos dos 80% restante das pessoas. Isto acontece de forma mais intensa em algumas cidades da região como Nacip Raydan onde 63% da renda da cidade fica nas mãos dos 20% mais ricos enquanto 37% nas mãos dos 80% das pessoas de menor renda. Outras cidades da região como São José do Divino, Mathias Lobato, São Geraldo da Piedade e Itanhomi apresentam distribuição de renda muito desigual, com valores próximos a Nacip Raydan. Este problema pode ser observado pelo índice GINI que avalia a desigualdade na distribuição de renda dos municípios. Nestes casos os valores estão próximos a 0,6 em uma escala que vai até 1,0, valor considerado elevado. Para se ter um parâmetro de comparação, o índice GINI de Minas Gerais é de 0,476.
Os números são claros e podem explicar o grande êxodo que ocorre nas pequenas cidades de diversas microrregiões do Brasil. As atividades agropecuárias dos pequenos produtores rurais são pouco valorizadas e de reduzido retorno econômico, isto quando não dá prejuízo. Nas sedes destas cidades os empregos também são escassos e quando surgem, são de baixa remuneração. Alguns empreendedores que se instalam nestes municípios costumam dominar os setores comerciais e produtivos pela falta de concorrência concentrando a renda e pagando baixos salários. A saída imediata passa a ser o município sede da microrregião onde se concentra a grande maioria dos recursos financeiros, os salários são melhores e se tem uma maior garantia do cumprimento das normas trabalhistas. Algumas pessoas sonhando com voos mais altos se deslocam para a capital do estado e até mesmo para o exterior.
Uma política de fixação do homem no interior deve ser implementada rapidamente e de forma efetiva considerando que o inchaço das cidades sede de regiões administrativas está cada vez mais intenso por conta das migrações em busca de oportunidades de crescimento e melhoria da qualidade de vida. Enquanto isto, as pequenas cidades reduzem de tamanho, praticamente desaparecendo do mapa, servindo apenas para atividades políticas de grupos específicos. O estado deve levar o desenvolvimento para o interior sob o risco de aumentar cada vez mais os problemas dos grandes centros urbanos como a ocupação desordenada do solo e a violência.

A PRECISÃO DAS PESQUISAS ELEITORAIS (1ª Parte)

Finalmente após anos acompanhando as pesquisas eleitorais pela televisão e jornais, vejo os jornalistas descrevendo as principais informações das pesquisas e não apenas um número simples e frio que durante muito tempo foi interpretado de forma equivocada. Quando citam as pesquisas reforçam as informações sobre margem de erro, número de eleitores pesquisados e, recentemente, intervalo de confiança, fatores de extrema importância na interpretação dos resultados.
Em primeiro lugar vamos analisar o número de eleitores que participam destas pesquisas: cerca de 2400 pessoas e que devem representar a opinião dos eleitores brasileiros, cerca de 135 milhões de pessoas. Este processo é chamado de amostragem. Existe a chance de errar? É claro! Por conta disto a primeira análise é a margem de erro e que está associada ao número de pessoas que participam da pesquisa. Quanto maior o número de pessoas entrevistadas, maior será a precisão dos resultados e, consequentemente menores as chances da pesquisa errar, a chamada margem de erro. Mas então, porque não se faz uma pesquisa com um número maior de pessoas? Custo meu amigo! Quanto maior o número de pessoas entrevistadas, maior será o custo da pesquisa. A maioria das pesquisas utiliza uma margem de erro de 2% para cima e para baixo. Desta forma, o candidato A que está com 30% dos votos na pesquisa eleitoral, na realidade ele não tem 30%, mas com valores de 2% para mais e para menos da margem de erro, a pesquisa garante, parcialmente, que o candidato teria, se a eleição fosse hoje, entre 28% e 32%. Se o candidato B apontar nas pesquisas com 27% dos votos, na verdade a estatística descreve ele com valores entre 29% e 25%. Desta forma entramos na primeira avaliação correta e não indutiva dos resultados. Se avaliarmos apenas os números fixos, verificamos que o candidato A está na frente do candidato B, fato que a pesquisa não garante pois o que interessa é o intervalo da margem de erro. Como existe uma sobreposição de valores, ou seja, os valores do intervalo de um candidato coincidem, por menor que seja, com os valores do outro candidato, a estatística afirma que eles estão tecnicamente empatados.
Atualmente um segundo fator entrou no vocabulário dos candidatos em relação às pesquisas: o intervalo de confiança. Vamos voltar ao candidato A que está com votação variando entre 28% e 32%. A pesquisa também não pode afirmar com 100% de certeza de que, se a eleição fosse hoje, a votação do candidato estaria dentro deste intervalo. Desta forma, antes de iniciar as pesquisas, é calculado o intervalo de confiança, significando que, o candidato tem uma determinada garantia de que a votação dele estará dentro daquele intervalo. Esta confiança deverá ser de, no mínimo, 95%, ou seja, existe ainda a probabilidade de 5% das pesquisas estarem erradas, ou a votação do candidato A ficar fora da faixa entre 28% e 32%. Para aumentar esta confiança seria necessário fazer a pesquisa com um número maior de pessoas, fato que elevaria custo da pesquisa.
Podemos verificar que nenhuma pesquisa de opinião é 100% confiável, mas nos mostram uma tendência de como as pessoas estão pensando. No próximo artigo vamos analisar o grande problema das pesquisas: a coleta das informações em campo. Você já foi entrevistado em algumas destas pesquisas eleitorais?
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A PRECISÃO DAS PESQUISAS ELEITORAIS (2ª Parte)

No artigo anterior descrevemos sobre as informações técnicas e estatísticas que validam uma pesquisa eleitoral. Neste artigo vamos comentar sobre um ponto extremamente importante: a coleta dos dados.
No Brasil temos informações de todos os tipos. As informações são coletadas por diversos órgãos como IBGE, Fundação João Pinheiro, dentre outros. Estas informações são extremamente importantes em vários aspectos, principalmente no direcionamento das políticas públicas, mas no caso das pesquisas eleitorais, servem como base para saber o que as pessoas estão pensando sobre os candidatos. Graças ao censo e a outras pesquisas amostrais sabemos com grande precisão quantos homens e mulheres existem no país e são eleitores, as idades, escolaridade, rendimento, onde mora, se é atendido pelas políticas públicas, dentre outras diversas variáveis. Esta segmentação de informações torna-se importante no momento de definir quantas pessoas serão entrevistadas em cada grupo. Por exemplo, se temos mais pessoas, eleitores, na classe C em relação a classe A, a proporção de pessoas que serão entrevistadas na pesquisa deverá ser maior da classe C em relação a classe A. Esta divisão também deverá ser respeitada em relação aos demais fatores como sexo, idade e escolaridade.
Com o quadro de grupos de pessoas definido, os pesquisadores definem as regiões do Brasil onde serão selecionados os entrevistados. Na região Sudeste, por exemplo, onde temos a maior densidade populacional do Brasil, teremos o maior número de entrevistados, respeitando-se a proporção também para as demais regiões e estados. Com tudo definido, os funcionários dos institutos de pesquisa iniciam a coleta das informações em campo e é aí que os problemas começam.
As avaliações dos candidatos pelas pessoas, principalmente pelas de baixa renda e escolaridade, grupo que predomina no Brasil, tende a apresentar um caráter pessoal. Por exemplo, grupo de pessoas da classe D e E que recebem o bolsa família e o grupo que não recebe, ou o grupo de pessoas que receberam casas do programa minha casa minha vida e o grupo que não recebeu. Estas pessoas tendem a ter opiniões distintas em relação ao candidato que está no poder ou de um candidato que já foi gestor público e que, de uma forma direta contribuiu ou não para a sua melhoria de vida. A maioria dos eleitores brasileiros não estão interessados em saber se fulano ou sicrano é corrupto, mas se tem água tratada na sua torneira, rede de esgoto, escola para as crianças, posto de saúde com médico para atender aos doentes, ajuda financeira no banco para alimentação, dentre outros pontos que interferem diretamente na vida do cidadão. Isto fica claro quando vemos um candidato a governador que foi flagrado recebendo dinheiro ilícito em um evidente ato de corrupção e que está na frente das pesquisas eleitorais deste mesmo estado, ou como escutamos durante décadas a respeito de um gestor do Estado de São Paulo onde a frase mágica das pessoas era: “ele rouba mas ele faz”.
As pesquisas eleitorais realizadas de forma séria, técnica e idônea são confiáveis e realmente refletem uma realidade de momento em relação aos eleitores, mas muitas não são. Por isto, devemos sempre confiar, desconfiando.
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