quarta-feira, 8 de julho de 2015

CONSEGUIREMOS SUBSTITUIR AS FONTES ENERGÉTICAS FÓSSEIS?

CONSEGUIREMOS SUBSTITUIR AS FONTES ENERGÉTICAS FÓSSEIS?
Alexandre Sylvio Vieira da Costa


  

A Agência Internacional de Energia, informou que, apesar da mobilização mundial dos países de maior economia para redução da emissão de CO2 no planeta,  o consumo de petróleo em 2015 será maior quando comparado ao ano de 2014: cerca de 1,1 milhões de barris de petróleo a mais por dia.  Segundo os especialistas do setor, o planeta tem hoje cerca de 1,7 trilhão de barris de petróleo em reservas conhecidas. O Brasil, com o pré sal, atinge a marca de 60 bilhões de barris. Continuando neste ritmo de consumo, o planeta tem petróleo para mais 50 anos.
 Uma outra fonte de energia fóssil muito utilizada no mundo é o carvão mineral.  As reservas mundiais conhecidas são de 850 bilhões de toneladas e deste total são utilizadas atualmente cerca de 6,5 bilhões de toneladas todos os anos, principalmente para a geração de energia elétrica. Somente a China consome metade de todo este carvão.  As reservas brasileiras atingem 32 bilhões de toneladas, mas usamos muito pouco dela.  A maior reserva mundial pertence aos Estados Unidos.
Apesar de todos os “esforços” das nações desenvolvidas, o ritmo de consumo dos combustíveis fósseis continua aumentando. De forma mais lenta, mas, continua aumentando. O que fazer para reverter este quadro? Qual deve ser o nosso papel, como cidadãos, no processo de interferência nas políticas públicas energéticas? Nenhum país quer ficar para trás no processo de desenvolvimento e crescimento econômico, nem nós. Gostamos de TV, carros, ar condicionado, ambientes iluminados, eletrodomésticos, mas para tudo isto funcionar necessita-se de energia. Quem fica satisfeito com apagões ou períodos de racionamento onde se tem períodos sem energia elétrica? Por conta disto não podemos gritar e esbravejar contra as termoelétricas que queimam milhões de litros de combustível fóssil por dia, acionadas para gerar a energia que necessitamos, considerando que no atual momento, parte das hidrelétricas não está suprindo as nossas necessidades, principalmente na região Sudeste.
Temos que cobrar dos Governos Estaduais e do Governo Federal uma mudança drástica nas políticas e modelos de geração de energia. Investimentos em geração de  tecnologia para o desenvolvimento de fontes alternativas de energia renovável nos diversos ambitos, desde as empresas e consórcios geradores e distribuidores de energia até as residências passando pelas industrias. Geração de álcool e bidiesel de menor custo de produção da matéria prima e do seu processamento. Processos economicamente viáveis e que reduzam os custos e as pressões sobre as fontes de combustíveis fósseis.
Será que realmente devemos ficar felizes com a descoberta do petróleo do pré-sal ou preocupados? Será que a nossa política energética será voltada prioritariamente para sua exploração e deixaremos de lado os investimentos em energia renovável? Cabe a nós, sociedade, cobrarmos dos governos investimentos e políticas públicas claras em relação a este tema. Energia solar, eólica, biomassa, biocombustíveis, todos os processos devem ser vistos pelos governos como prioridade. Se as nossas ações não forem mais diretas, Imaginem o nosso planeta daqui a cinquenta anos onde teremos retirado do subsolo e queimado 1,5 trilhão de barris de petróleo e 300 bilhões de toneladas de carvão mineral? Quem viver verá.



domingo, 5 de julho de 2015

O ESGOTO E O PLANEJAMENTO DAS CIDADES



Sempre que falamos de tratamento de esgoto doméstico, imaginamos a construção de enormes estações de tratamento de esgoto, as chamadas ETEs. Estas ETEs são fundamentais na retirada da matéria orgânica da água, melhorando, e muito a sua qualidade antes de devolvê-la novamente para os rios. O esgoto despejado in natura nos cursos de água causa uma série de problemas ambientais e para o homem que faz uso direto desta água. Mas será que é preciso juntar todo o esgoto bruto e tratá-lo de uma forma única? Nos modelos de tratamento de esgoto atuais, verifica-se que a descentralização do esgoto e o seu tratamento em mini estações ao longo da rede de coleta é uma alternativa viável para cidades de pequeno e médio porte. 
A primeira etapa do processo já existe em praticamente todas as casas, sendo obrigatório nas obras de engenharia: as caixas de gordura. Estas pequenas estruturas separam parte da gordura oriunda da cozinha e que é despejada pelo esgoto. A caixa de gordura tem como o objetivo evitar entupimentos de rede, pois as gorduras se acumulam nos canos. Esta técnica também auxilia no processo de decomposição biológica do esgoto. As gorduras possuem grandes cadeias químicas que dificultam a atividade das bactérias e a sua degradação. Sem elas a decomposição do esgoto fica mais fácil. 
Para facilitar a degradação do esgoto pelas bactérias em muitos locais podem ser construídas as fossas sépticas logo após a passagem do esgoto pela caixa de gordura. Estas fossas reteriam a parte sólida do esgoto, um verdadeiro banquete para as bactérias chamadas anaeróbicas e paralelamente, eliminando as bactérias que causam doenças. Esta atividade reduziria a quantidade de poluentes orgânicos no esgoto. Após este primeiro processo de purificação, o esgoto passaria pelo chamado filtro anaeróbico. Este filtro, ocupado por pedras de construção, as chamadas britas, seriam a casa de outro grupo de bactérias que também utilizariam a matéria orgânica restante do esgoto para sua alimentação. Ao final deste processo o esgoto estaria cerca de 90% mais limpo ou até mais, dependendo da quantidade de esgoto gerado. Desta forma seria despejado na rede de esgoto uma água pré tratada com a sua purificação final sendo feita nas estações de esgoto. Mas, dependendo de sua quantidade, este esgoto previamente tratado poderá ser também descartado em buracos abertos no solo, as chamadas fossas brancas. Este esgoto, bastante purificado, teria o seu arremate final de tratamento sendo realizado pelas bactérias do solo que também utilizariam o restante de sua matéria orgânica como alimento, chegando as camadas mais profundas do solo uma água quase que totalmente tratada e sem risco de contaminação.
É claro que para implantação deste sistema de tratamento e descarte temos que conhecer uma série de fatores do solo, lençol freático, dentre outros, além é claro, da mudança de hábito da população evitando descartar nas pias e vasos, fios de cabelo, papel higiênico, camisinhas, absorventes, e tudo mais que compromete o processo de transformação do esgoto. Para que novos modelos sustentáveis funcionem, dependemos não apenas de novas tecnologias mas também de mudanças de hábitos, ou seja, temos que fazer também a nossa parte.

CONTAMINAÇÃO DO AR

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