sábado, 15 de agosto de 2015

DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS (NEGLECTED TROPICAL DISEASES)



 

A esquistossomose é uma doença de ocorrência nas regiões tropicais que teve origem no continente africano, na região leste do Mediterrâneo e que, durante o período do tráfico de escravos, desembarcou nas Américas. Atualmente é identificada em diversas regiões como o Caribe, a Venezuela e principalmente, o Brasil. Atualmente, encontra-se a doença em quase todos os estados do Brasil, mas, em situação mais alarmante são os estados do Nordeste e, no Sudeste, Minas Gerais, nas regiões Norte, Noroeste e Leste do Estado. Em algumas áreas rurais a incidência da doença atinge 90% da população. Isto acontece porque atinge pessoas pobres sem disponibilidade de saneamento.
O verme, chamado Schistossoma, precisa passar por vários estágios e fases para se desenvolver e completar o seu ciclo. Para isto precisa de dois parceiros, também chamados de hospedeiros, muito importantes: o caramujo que vive nos rios e lagos e o homem. Sem eles o ciclo não se completa. Na fase larval jovem o Schistossoma invade o organismo do caramujo e permanece lá durante alguns meses se desenvolvendo. Após este período os milhares de parasitas, chamados de cercarias,  saem do corpo do caramujo, maiores e mais desenvolvidos, prontos para invadir o próximo hospedeiro que podem ser animais mamíferos e aves, mas o seu principal hospedeiro é o homem. Quando um cidadão adulto ou crianças desavisadas entram na água dos rios ou lagos contaminados estes parasitas penetram pela pele, caindo na corrente sanguínea, e aí, um abraço! Eles iniciam a colonização do corpo do homem, seus órgãos internos, acasalando e produzindo ovos que serão liberados pelas fezes do homem. Estes ovos, se atingirem as águas dos rios e lagos, iniciam um novo ciclo. Enquanto isto a pessoa infectada sofre com os sintomas da infecção do parasita como febre, diarreia, vômitos agravando com o tempo com o inchaço de diversos órgãos internos como o fígado podendo sofrer também hemorragia interna. Como parasita esperto ele raramente mata o seu hospedeiro permanecendo dentro dele por longos períodos mas as pessoas ficam extremamente debilitadas, fracas, sem condições de realizar suas tarefas como trabalhar e estudar.
Mas como resolver o problema? Saneamento! O grande problema encontra-se nas cidades do interior e nas comunidades rurais que não possuem abastecimento de água potável ou tratada, onde seus esgotos são descartados diretamente nos rios. Nestas comunidades a água dos rios sem tratamento são utilizadas para o banho, lavar a roupa, beber e despejar seus esgotos, principalmente as fezes contaminadas.  No Brasil são aproximadamente 26 milhões de pessoas vivendo em áreas de risco e aproximadamente seis milhões de pessoas contaminadas com este parasita. O país gasta milhões de reais por ano para tratar estas pessoas e que, após serem curadas são reinfectadas pois as condições de saneamento onde moram são as mesmas, ou seja, não existe. É o famoso “chover no molhado”.

Saneamento nas comunidades rurais é perfeitamente viável pois o sistema ideal para ser implantado nestes locais é o descentralizado de baixo custo e alta eficiência, processo capaz de eliminar os ovos deste parasita. Não podemos pensar em um crescimento e desenvolvimento sustentável sem pensar na nossa população rural abandonada pelo poder público.


NEGLECTED TROPICAL DISEASES


Schistosomiasis is a disease occurring in tropical regions that originated in Africa, in the eastern region of the Mediterranean and that during the period the trafficking of slaves, landed in the Americas. Currently it is identified in several regions: the Caribbean, Venezuela and especially Brazil. Currently, there is a disease in almost all states of Brazil, but more alarming situation are the states of the Northeast and Southeast, in the North, Northwest and Eastern Minas Gerais State. In some rural areas the incidence of the disease reaches 90% of the population. This is because it affects poor people without availability of sanitation.
The worm called Schistosoma, need to go through various stages and phases to develop and complete its cycle. For this you need two partners, also called hosts, very important: the snail that lives in rivers and lakes and man. Without them the cycle is not completed. In the young larval stage the Schistosoma invades the snail's body and stays there for a few months developing. After this period the thousands of parasites, called cercariae, they leave the snail body, larger and more developed, the next ready to invade host which can be mammals and birds, but its main host is man. When an adult citizen or unsuspecting children enter the water from rivers or lakes contaminated these parasites penetrate the skin, falling into the blood stream, and then, a hug!
They begin the colonization of the man's body, his internal organs, mating and producing eggs that are released in the faeces of man. These eggs, if released the waters of rivers and lakes, start a new cycle. Meanwhile the infected person suffers from parasite infection symptoms such as fever, diarrhea, vomiting worsening over time with the swelling of various internal organs like the liver may also suffer internal bleeding. How smart he parasite rarely kills its host remaining for long periods and people are weak after weak, unable to perform his duties as work and study.
But how to solve the problem? Sanitation! The big problem found in the inner cities and rural communities that do not have potable or treated water supply, where its sewage is discharged directly into rivers. In these communities the water of the rivers without treatment are used for bathing, washing clothes, drinking and dump their wastewater, especially those contaminated faeces. In Brazil there are about 26 million people living in areas at risk and about six million people infected with this parasite. The country spends millions of dollars per year to treat these people and that, after being cured are reinfected because the sanitary conditions in which they live are the same, that is, there is. It is the famous "rain in the wet."

Sanitation in rural communities is perfectly feasible for the ideal system to be deployed in these places is the decentralized low-cost, high efficiency, process able to eliminate the eggs of this parasite. We can not think of a sustainable growth and development without thinking of our rural population abandoned by the government.

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