sexta-feira, 6 de novembro de 2015

MAIS UMA BARRAGEM, MAIS UMA TRAGÉDIA




E mais uma barragem de rejeitos da mineração se rompe em Minas Gerais. Nos últimos 14 anos inúmeras tragédias humanas e ambientais foram registradas no Estado. Na cidade de Nova Lima em 2001; 2007 em Miraí; 2014 em Itabirito e agora em 2015 no Município de Mariana. Dezenas de pessoas mortas e feridas, perdas de inúmeras residências, carros e diversos bens, criações e plantações perdidas e danos ambientais incalculáveis para a vegetação e principalmente, os recursos hídricos. Durante as minhas aulas de impactos ambientais no uso dos recursos hídricos, um dos assuntos abordados é o impacto das atividades da mineração. E agora, infelizmente, mais este triste exemplo estarei utilizando.
Muitos fatores precisam ser avaliados antes de distribuirmos as responsabilidades por esta tragédia, mas uma coisa é certa: o dono da barragem é responsável por ela e por todos os danos causados. Diversas informações estão surgindo, desde problemas estruturais até o registro de abalos sísmicos na região, os tremores de terra, mas de baixa intensidade, teoricamente, sem poder para abalar as estruturas de um grande talude de barragem de rejeitos. E a fiscalização? Foi ou não eficiente? Os peritos terão pela frente um grande quebra cabeças para resolver. O certo é que dezenas, ou até mesmo, centenas de milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração foram despejados nas cabeças dos moradores de um pequeno distrito do Município de Mariana, impactando o pequeno Rio do Carmo com previsão de contaminar o Rio Doce em toda a sua extensão, até a foz, no Espírito Santo, impressionantes 800 quilômetros.  O Rio Doce, além de apresentar uma redução histórica na sua vazão por conta da seca no Vale do Rio Doce, agora recebe esta impressionante carga de rejeitos. Quem disse que o que está ruim não pode piorar?
A economia de Minas Gerais tem um de seus tripés alicerçados na mineração. Falar em fechar as mineradoras é condenar o Estado à falência. Mas, na contramão ambiental, a atividade é altamente impactante, destruindo lençóis freáticos e artesianos, utilizando quantidades absurdas de água nos seus processos, gerando grandes quantidades de resíduos, principalmente os rejeitos líquidos.
Nestes grandes processos exploratórios dos recursos naturais promovidos pelas mineradoras não cabe mais a geração e a deposição destes resíduos da mesma forma que se fazia a mais de 70 anos. Os processos de exploração evoluem, mas o descarte dos rejeitos não. Continuam com suas barragens de rejeitos colocando em risco milhares de vidas e o meio ambiente.

Após estas inúmeras tragédias que citamos, está na hora do Estado cobrar das empresas, pesquisas de reutilização e reaproveitamento dos rejeitos. Os atuais modelos de disposição de rejeitos não deveriam mais ser aceitos pelos órgãos ambientais. Esperamos que mais esta tragédia não fique no esquecimento e que os nossos políticos discutam de forma séria e responsável sobre o futuro dos rejeitos da mineração. 

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

O ALIMENTO E A FOME (FOOD AND HUNGRY)



 

Segundo a Organização das Nações Unidas, a ONU, 30% de todo alimento produzido no mundo é perdido. A estimativa é que 1,3 bilhão de toneladas de alimentos sejam descartados no lixo anualmente. Enquanto isto, mais de um bilhão de pessoas no mundo passam fome diariamente. O Brasil é um dos países que apresenta os maiores índices de desperdício de alimentos.  Um dos  mais visíveis para a população ocorre na gôndola do supermercado. Frutas e verduras são dispostas de qualquer forma, jogadas e empilhadas, atitude que causa grandes perdas considerando que o consumidor ao escolher não dará preferência em adquirir produtos amassados, pois os impactos nos frutos e danos promovem o aceleramento do processo de maturação e o produto estraga mais rapidamente.  O simples treinamento do funcionário na melhoria da disposição das frutas e verduras nas gondolas reduziria significativamente as perdas dos  produtos e, principalmente, reduzir o preço para o consumidor final, considerando que os custos das perdas estão embutidos nos preços que pagamos.
Outro grande problema está na data de validade dos produtos.  Alguns deles apresentam datas de validade de curto prazo como os produtos lácteos. Infelizmente, muitos mercados fazem promoção de preços dos seus produtos apenas quando a data está próxima de seu vencimento, quando o produto está com a sua vida útil próximo do fim. Por conta disto, muitos consumidores rejeitam o produto, mesmo com um preço mais baixo. Desta forma, o mercado é obrigado a descartar no lixo os produtos, pois como a sua garantia de consumo foi perdida, a doação é proibida.
Outras perdas acontecem no processo de produção e comercialização. Na produção, na colheita, no armazenamento, transporte, ou seja, em toda a cadeia produtiva. Segundo pesquisas recentes, as perdas de frutas e hortaliças do campo até a gôndola do supermercado podem chegar a 50%! Enquanto isto milhões de pessoas no Brasil passam fome sem ter o mínimo para a sua alimentação.
Paralelamente a logística de produção e comercialização dos alimentos deveria ser criado um sistema de reaproveitamento, considerando que muitos destes alimentos são descartados não por comprometimento de sua qualidade mas devido a sua aparência. Um fruto ou uma hortaliça atacada por uma lagarta perde o seu valor comercial mas ainda possui qualidade e pode ser consumido. Os grandes supermercados assim como os Centros de Comercialização, os Ceasas, deveriam se responsabilizar por viabilizar estes produtos para as comunidades carentes, instituições filantrópicas, dentre outras que carecem deste recurso.

Todos nós, empresários, políticos e cidadãos devemos contribuir para amenizar a situação difícil que vários brasileiros passam no seu dia a dia, principalmente neste momento de crise, corte nos investimentos sociais e desemprego generalizado. A realidade de parte dos brasileiros é difícil e o pouco que fazemos faz uma grande diferença para estes cidadãos excluídos.


According to the United Nations, the UN, 30% of all food produced worldwide is lost. It is estimated that 1.3 billion tons of food are discarded in the trash annually. Meanwhile, more than one billion people worldwide go hungry daily. Brazil is a country that has the highest food wastage rates. One of the most visible to the population occurs in the supermarket. Fruits and vegetables are arranged in any way, played and stacked attitude that causes great losses considering that the consumer chooses not to give preference in purchasing dents products because the impacts on fruit and damage promoted accelerating the maturation process and the product spoils more quickly. The simple employee training in improving the provision of fruit and vegetables significantly reduce losses of the products and in particular, reduce the price to the consumer, whereas the losses of the costs are entrenched in the prices we pay.
Another  problem is the expiration date of the products. Some of them have short-term expiration dates as dairy products. Unfortunately, many markets are promotional prices of their products only when the date is close to maturity, when the product is your next life of the order. Because of this, many consumers reject the product, even with a lower price. Thus, the market is bound to discard in the trash products, because as their consumer guarantee was lost, the donation is prohibited.
Other losses occur in the production and marketing process. In the production, harvesting, storage, transport, ie in the entire production chain. According to recent polls, losses of fruits and vegetables from the field to the supermarket gondolas can reach 50%! Meanwhile millions of people in Brazil starve without having the least for their food.
At the same time the logistics of production and marketing of food should establish a recycling system, considering that many of these foods are discarded by not compromising their quality but because of their appearance. A fruit or a vegetable attacked by a caterpillar loses its commercial value but still has quality and can be consumed. Large supermarkets as well as the Trade Centers, the Ceasas should be responsible for enabling these products to poor communities, charities, and others who lack this feature.

All of us, businessmen, politicians and citizens must contribute to ease the difficult situation that many Brazilians spend on your day to day, especially in this time of crisis, cuts in social investment and widespread unemployment. The reality of most Brazilians is hard and the little we do makes a big difference for these excluded citizens.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

ATÉ QUE PONTO AGUENTAREMOS?





Segundo a agência americana que monitora as condições dos oceanos e da atmosfera terrestre o mês de julho foi recorde: o mais quente já registrado para este mês nos últimos 135 anos, ou seja, desde 1880.  Considerando as projeções feitas por alguns especialistas, pode-se estimar que foi o mais quente dos últimos quatro mil anos!  Considerando o primeiro semestre de 2015, as médias também foram as maiores já registradas. E como tudo que não está bem pode ficar ainda pior, esta mesma agência climatológica compactua com as informações liberadas pela agência espacial americana, a NASA e a agência meteorológica do Japão informando que o ano de 2015 será o ano mais quente da história moderna. São vários os fatores que estão promovendo o aumento de temperatura do planeta: fatores naturais e antrópicos, ou seja, causados pelo homem. Dentre os fatores naturais, o principal é um evento muito conhecido no planeta, o chamado El Nino. Este evento é um aquecimento acima da média das águas do Pacifico Sul que causa uma grande bagunça no clima do mundo, principalmente na região tropical. Segundo os pesquisadores, este ano o evento El Nino será um dos mais intensos já registrados. No Brasil temos chuvas em excesso no Sul e seca no Nordeste. Infelizmente é considerado um fator natural do planeta e estamos totalmente sujeitos aos seus efeitos.
Os fatores causados pelo homem, que já estamos cansados de ouvir falar, passa pela industrialização, consumo excessivo dos recursos naturais, queima de combustíveis fósseis como o petróleo e o carvão mineral, as queimadas, muito comum no Brasil, o desmatamento e diversos outros fatores menores, mas igualmente danosos ao meio ambiente, tendo o homem como responsável.
Para complementar este ciclo mortal, quanto mais quente, mais energia elétrica é necessária para aliviar o calor pois mais ar condicionados serão utilizados, ventiladores, geladeiras e freezers além do ar condicionado dos veículos que aumentam o consumo de combustíveis como gasolina, diesel e álcool.
Estamos vivendo um ciclo perigoso no planeta com o aquecimento global e o aumento vertiginoso do consumo de energia para sobreviver neste calor intenso. Alguns questionam informando que o aquecimento global é uma grande farsa capitalista, mas você leitor pode fazer uma pequena pesquisa para saber se a sensação de calor aumentou ou não. Converse com seu avô, avó ou bisavós ou outras pessoas que já passaram dos setenta anos e pergunte a elas se as temperaturas de hoje são as mesmas, estão menores ou se o calor aumentou na sua região em relação há algumas décadas atrás; cinquenta ou sessenta anos.


As nações, seus governantes e populações, estão repensando as suas ações em relação as mudanças climáticas, mas ainda é pouco. Precisamos de ações mais firmes e comprometidas de todos com o nosso meio ambiente e a nossa própria sobrevivência.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

SE ELES CONSEGUEM, POR QUE O BRASIL NÃO CONSEGUE?????



O rio Tâmisa, um dos cartões postais que atravessa a Inglaterra e a sua capital, Londres, sempre foi motivo de vergonha para os
moradores. A situação de poluição é antiga, desde o século XIX, nos anos de 1800. Naquela época o rio era chamado pelos habitantes da terra da Rainha Elizabeth de “o grande fedor”. A situação de agressão ambiental perdurou por várias décadas, a ponto de ser declarado “biologicamente morto” pelas autoridades inglesas. A partir da segunda metade do século passado as autoridades inglesas resolveram tentar reverter este quadro de extrema poluição do rio iniciando o processo de despoluição do seu leito, um caminho longo, de muito trabalho e principalmente, de elevado gasto financeiro. A melhora lenta e gradual da qualidade das águas do rio já é visível, principalmente com a observação de inúmeros animais marinhos que haviam desaparecido da região por conta da poluição. Golfinhos, botos e até mesmo uma baleia bico de garrafa já foi observada próximo a Londres. Os biólogos estimam que cerca de 670 focas comuns vivam no estuário, sem contar as inúmeras focas cinzentas.

A presença destes grandes animais na região é um indicativo de que os estoques pesqueiros aumentaram significativamente na região. Estas informações mostram que, mesmo em situações extremas de poluição, aparentemente irreversíveis, com uso adequado da tecnologia, vontade política e recursos financeiros é possível reverter quadros de degradação ambiental extrema. Outros rios pelo mundo já foram totalmente recuperados, como o rio Cheonggyecheon, em Seul, que era totalmente poluído e hoje é uma das áreas de lazer da capital sul coreana, rico em áreas verdes e águas cristalinas. O projeto desenvolvido no rio é referência mundial em humanização de cidades, não apenas pela despoluição das águas mas também pela construção de parques lineares que otimizaram o contato das margens com os moradores. Seul é a sétima maior cidade do mundo em número de habitantes com cerca de 10,3 milhões de pessoas. Mesmo com o seu grande porte e pressão de urbanização foi possível recuperar a sua estrutura. Uma outra melhoria ambiental extremamente importante que ocorreu na região: a temperatura médiana área do canal reduziu, em média 3,6º C em relação as outras áreas da cidade.

Enquanto os sul coreanos e os ingleses revitalizam seus mananciais de água, no Brasil continuamos a usa-los com esgoto e lixeira. Situações de poluição como ocorre no rio Paraíba que tem seu curso passando pelos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro; do rio Pinheiros e rio Tietê em São Paulo são inconcebíveis, considerando o grande déficit hídrico que os maiores estados do
Brasil tem passado nos últimos anos. Infelizmente no Brasil, falamos muito, discutimos muito, idealizamos muito mas, quando avaliamos a prática de implantação dos projetos, verificamos que ela não existe, ou se existe, são ações muito frágeis e incipientes.

 O país deveria reavaliar a sua postura em relação aos recursos hídricos do nosso território agindo de forma mais efetiva e eficiente na recuperação destes recursos. Se nem mesmo o efeito olimpíada foi suficiente para estimular os governos a despoluir a baia de Guanabara, então o que realmente poderia motivar os nossos políticos a promover a recuperação dos nossos recursos hídricos?

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A CIÊNCIA, A TECNOLOGIA E O MUNDO (THE SCIENCE, THE TECHNOLOGY AND THE WORLD)




Está provado: sem desenvolvimento científico e tecnológico o Brasil não irá avançar para lugar algum.  A população mundial cresce a cada dia e todos precisam de alimentos, roupas, remédios e tecnologia. Para dar conta de produzir tudo que o ser humano precisa a um custo acessível, sem degradar o meio ambiente e promover as mudanças climáticas é muito complexo. Por exemplo, para produzir o arroz em quantidade e qualidade é preciso sementes geneticamente eficientes, tratores para preparo do solo e plantio, utilizando combustível para esta atividade. Fertilizantes químicos, a maioria importados, tendo que ser transportados milhares de quilômetros de navio, caminhão, trem até chegar a propriedade rural. Tem o defensivo agrícola para combater as pragas e doenças, a irrigação com equipamentos que consomem energia, tem a colheita que usa máquinas que consomem combustível, o transporte, o processamento (tirar a casca e polir o grão). Tem o armazenamento em grandes silos. Tem o ensacamento, o transporte até o distribuidor e ao supermercado, tem a compra pelo consumidor, o preparo e finalmente o consumo. E ainda temos o ciclo do feijão, milho, trigo, e diversos outros produtos que devem seguir cadeias longas e complexas até chegar a sua mesa. Com tudo isto o produtor ainda deve proteger, por lei, a sua reserva legal, as áreas de proteção permanente, os rios e fontes hídricas.
Apesar deste complexo funcionamento da engrenagem logística, ela deve ser melhorada continuamente, aprimorando os sistemas de produção e aumentando a produtividade, considerando que o tamanho da população aumenta a cada dia e a mesma fica cada vez mais exigente.
Por conta disto as Universidades e os Centros de Pesquisa do Brasil e do mundo devem manter as suas pesquisas científicas continuamente, criando plantas, fertilizantes e máquinas agrícolas cada vez mais eficientes para produzir cada vez mais e a baixo custo. Países desenvolvidos investem muito em Ciência e Tecnologia e colhem seus frutos relativos à geração do conhecimento através das patentes e vendas destas tecnologias além, é claro, de aumentar sua produtividade interna de alimentos.   A soja transgênica mais vendida no mundo, inclusive no Brasil, é a soja Roundup ready que apresenta alta produtividade quando combinada com um herbicida especifico, o glyphosate. A empresa Monsanto, assim com o seu país de origem, os Estados Unidos, ganham muito dinheiro com o domínio das patentes das variedades de soja e do herbicida em todo o mundo, apesar da patente do herbicida já ter vencido.

Resumindo: quem detém o conhecimento cientifico e tecnológico está à frente de todas as demais nações dependentes de tecnologia. Já perceberam que algumas pessoas dependem de certos remédios que não tem no Brasil, que precisam ser importados e que custam uma fortuna? Por conta disto os países asiáticos passaram a investir pesado em desenvolvimento tecnológico com a criação de Universidades e pessoal qualificado para o desenvolvimento tecnológico. Devemos valorizar as nossas Universidades não apenas como formadora de bons profissionais, mas também como geradora de novas tecnologias para o desenvolvimento do país.


It's proven: no scientific and technological development Brazil will not go nowhere. The world population is growing every day and all need food, clothing, medicine and technology. To account for produce everything that the human being needs at an affordable cost, without degrading the environment and promote climate change is very complex. For example, to produce rice in quantity and quality it takes seeds genetically efficient tractors for land preparation and planting, using fuel for this activity. Chemical fertilizers, mostly imported, having to be transported thousands of kilometers of ship, truck, train to reach rural property. Has the crop protection product to control pests and diseases, irrigation equipment that consumes energy, has the harvest using machines that consume fuel, transport, processing (remove the peel and polish the grain). It has storage in large silos. Has the bagging, transport to the distributor and supermarket, is the purchase by the consumer, preparation and finally consumption. And we still have the bean cycle, corn, wheat, and various other products should follow long and complex chains until it reaches his desk. With all this producers must still protect by law the Legal reserves, areas of permanent protection, rivers and water sources.

Although this complex logistics operation, it should be improved continuously improving production systems and increasing productivity, considering the size of the population increases every day and the same is increasingly demanding.

Because of this the Universities Brazil and the research centers word must keep their continuous scientific research, creating plants, fertilizers and more efficient farm machinery to produce more and at lower cost. Developed countries invest heavily in science and technology and reap its fruits on the generation of knowledge through patents and sales of these technologies and to increase their internal productivity of food. The transgenic soybean most sold in the world, including Brazil, is the Roundup Ready soybeans that has high productivity when combined with a specific herbicide, glyphosate. Monsanto company as well with their country of origin, the United States, earn a lot of money to the field of patents on varieties of soybeans and herbicide in the world, despite the herbicide patent has already expired.

Who has the scientific and technological knowledge is ahead of all other nations dependent on technology. Have you noticed that some people depend on certain remedies that do not have in Brazil, which need to be imported and that cost a fortune? Because of this Asian countries are investing heavily in technological development with the creation of universities and qualified personnel for technological development. We should value our universities not only as a good professional trainer, but also as a generator of new technologies for the development of the country.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E A CRISE ECONÔMICA (THE ENVIRONMENTAL DEGRADATION AND ECONOMIC CRISIS)

A DEGRADAÇÃO AMBIENTAL E A CRISE ECONÔMICA






A crise econômica criada por gestores incompetentes e, muitas vezes mal intencionados, afeta não apenas a gestão pública e a população mas também o meio ambiente. Vivemos em um tempo onde a pressão social para o acúmulo de riquezas é grande e a forma para alcançar estes objetivos está atrelada aos mais diversos processos éticos, legais e de esforço pessoal, mas também aos ilegais como a corrupção, sonegação e a exploração insustentável dos recursos naturais, incluindo a exploração ilegal de madeira de matas e florestas e de animais silvestres.
Neste momento de crise onde as portas se fecham assim como as oportunidades de ganho e até mesmo de sobrevivência, os olhos ficam voltados para uma das grandes riquezas que o país possui: os recursos naturais. No caso da sobrevivência temos alguns casos extremos. Pessoas que moram no interior, que sobreviviam com um salário mínimo,  utilizado para sustentar toda a família, de repente se encontram desempregados e sem qualquer possibilidade de obtenção de recursos financeiros. O desespero faz com que os membros da família partam para campo para caçar animais silvestres e realizar a extração vegetal na mata nativa. Apesar de ser um ato ilegal, como punir estas pessoas, totalmente excluídas de nossa sociedade e sujeitas a morrer de fome?  E os mega exploradores das florestas que promovem a extração ilegal de madeira, principalmente da Amazônia, o paraíso das madeiras nobres e de alto valor? Com a crise financeira a ação dos fiscais fica comprometida por falta de recursos para ações básicas  como abastecer um veículo oficial para averiguar denuncias.  Com isto os exploradores ilegais  deitam e rolam, destruindo o que ainda temos de matas nativas. Pessoas que não tem o mínimo de comprometimento com a sociedade ou o meio ambiente, explorando as pessoas pobres da região, utilizando-as como mão de obra barata e, porque não dizer, escrava, pois não recebem benefícios ou qualquer outro tipo de apoio, apenas o suficiente para sobreviver, subjulgadas diante das ameaças veladas dos pseudo patrões.
Proteger e recuperar o meio ambiente e seus recursos naturais envolve grandes somas  de recursos financeiros , dinheiro que o país não tem, ou tinha, mas foi desviado ou mal utilizado. Não temos bola de cristal para adivinhar o futuro, mas o aumento desenfreado do desemprego, a redução dos investimentos públicos e a redução das atividades econômicas no Brasil empurrará uma grande massa de brasileiros desacreditados com uma melhora de curto prazo na economia, para a exploração de recursos para sua sobrevivência. A exploração dos recursos naturais como o tráfico de animais silvestres, garimpos ilegais e altamente impactantes, produção de carvão de madeira nativa, dentre outras ações serão intensificadas, criando um problema a mais para os governos e a sociedade.

O certo é que com a economia fraca e em recessão a pressão sobre os recursos naturais  aumentará, fato que já acontece em países pobres do planeta. E como os governos lidarão com mais este problema? Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

RECESSÃO: A POPULAÇÃO E A POLÍTICA ECONÔMICA (RECESSION: POPULATION AND ECONOMIC POLICY)




Agora é oficial, mas que na prática todo mundo já sabia: entramos em recessão! O produto interno bruto, também chamado de PIB, reduziu em 1,9% no segundo trimestre segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. No primeiro trimestre do ano esta redução foi de 0,7%.  Somente o PIB da indústria recuou 4,3% e os investimentos no setor produtivo são os menores desde 1996. Até mesmo o setor agropecuário, o salvador da balança comercial brasileira nas exportações, caiu em 2,7%.  Associado a este caos econômico temos todos os dias milhares de pessoas pelo país, perdendo seus empregos. Podemos dizer que também estamos vivendo o caos social.
Não sou economista, mas o assunto é de grande importância para todos, pois a nossa sobrevivência e a de nossas famílias depende do nosso trabalho e da remuneração que temos por ele. O ciclo econômico, apesar de complexo, é muito claro: uma fábrica só aumenta a sua produção, número de empregados e vendas se tiver uma população com dinheiro para comprar. A população, por sua vez, só terá dinheiro para comprar se trabalhar e for remunerada por isto. Se todo mundo começar a demitir não teremos uma população para comprar e, automaticamente, o setor produtivo fica estagnado. No meio desta dinâmica fica o governo, arrecadando impostos para manter a infra estrutura básica do pais. Se a economia brasileira esfria, a arrecadação do governo também reduz e ai fica difícil pagar das contar e manter os investimentos. Imaginem uma dança com cem pessoas ao mesmo tempo em um ritmo sincronizado e se uma errar todas caem. A nossa economia é assim:  frágil e altamente dependente do conjunto do sistema econômico.
Com uma política econômica frágil de ações equivocadas e irresponsáveis e políticos que tomam decisões não pensando na população mas, em prejudicar seus opositores, qual empresário vai querer gastar bilhões de dólares em investimentos aqui no Brasil? Vamos fazer um comparativo com a nossa realidade: Você teria coragem de investir o dinheiro, que você ganhou com o suor do seu trabalho, em um banco da Etiópia ou um banco da Inglaterra? Mesmo com o banco Inglês rendendo menos que o banco da Etiópia, a garantia da economia levará você a investir seu dinheiro no Banco Inglês. 
Qualquer gestor público razoável verifica que para o Governo aumentar a arrecadação de impostos ele precisa aquecer a economia com incentivos e políticas econômicas claras, mas o que acontece: aumenta-se os impostos a serem cobrados de uma população que já está descapitalizada, ou seja, desempregada e sem dinheiro, empurrando esta parte da população marginalizada para a informalidade e a sonegação.

Infelizmente, no Brasil, a população não é prioridade nos processos decisórios dos governantes, mas as questões político partidárias, o famoso toma lá, dá cá. Nós só somos convocados para pagar a conta do rombo que eles mesmos são responsáveis, aumentando a carga tributária que já é uma das maiores do mundo. Você sabia que trabalha cinco meses do ano só para pagar impostos? Como diria meu professor na época de Universidade : “É bom pensar!”

sábado, 15 de agosto de 2015

DOENÇAS TROPICAIS NEGLIGENCIADAS (NEGLECTED TROPICAL DISEASES)



 

A esquistossomose é uma doença de ocorrência nas regiões tropicais que teve origem no continente africano, na região leste do Mediterrâneo e que, durante o período do tráfico de escravos, desembarcou nas Américas. Atualmente é identificada em diversas regiões como o Caribe, a Venezuela e principalmente, o Brasil. Atualmente, encontra-se a doença em quase todos os estados do Brasil, mas, em situação mais alarmante são os estados do Nordeste e, no Sudeste, Minas Gerais, nas regiões Norte, Noroeste e Leste do Estado. Em algumas áreas rurais a incidência da doença atinge 90% da população. Isto acontece porque atinge pessoas pobres sem disponibilidade de saneamento.
O verme, chamado Schistossoma, precisa passar por vários estágios e fases para se desenvolver e completar o seu ciclo. Para isto precisa de dois parceiros, também chamados de hospedeiros, muito importantes: o caramujo que vive nos rios e lagos e o homem. Sem eles o ciclo não se completa. Na fase larval jovem o Schistossoma invade o organismo do caramujo e permanece lá durante alguns meses se desenvolvendo. Após este período os milhares de parasitas, chamados de cercarias,  saem do corpo do caramujo, maiores e mais desenvolvidos, prontos para invadir o próximo hospedeiro que podem ser animais mamíferos e aves, mas o seu principal hospedeiro é o homem. Quando um cidadão adulto ou crianças desavisadas entram na água dos rios ou lagos contaminados estes parasitas penetram pela pele, caindo na corrente sanguínea, e aí, um abraço! Eles iniciam a colonização do corpo do homem, seus órgãos internos, acasalando e produzindo ovos que serão liberados pelas fezes do homem. Estes ovos, se atingirem as águas dos rios e lagos, iniciam um novo ciclo. Enquanto isto a pessoa infectada sofre com os sintomas da infecção do parasita como febre, diarreia, vômitos agravando com o tempo com o inchaço de diversos órgãos internos como o fígado podendo sofrer também hemorragia interna. Como parasita esperto ele raramente mata o seu hospedeiro permanecendo dentro dele por longos períodos mas as pessoas ficam extremamente debilitadas, fracas, sem condições de realizar suas tarefas como trabalhar e estudar.
Mas como resolver o problema? Saneamento! O grande problema encontra-se nas cidades do interior e nas comunidades rurais que não possuem abastecimento de água potável ou tratada, onde seus esgotos são descartados diretamente nos rios. Nestas comunidades a água dos rios sem tratamento são utilizadas para o banho, lavar a roupa, beber e despejar seus esgotos, principalmente as fezes contaminadas.  No Brasil são aproximadamente 26 milhões de pessoas vivendo em áreas de risco e aproximadamente seis milhões de pessoas contaminadas com este parasita. O país gasta milhões de reais por ano para tratar estas pessoas e que, após serem curadas são reinfectadas pois as condições de saneamento onde moram são as mesmas, ou seja, não existe. É o famoso “chover no molhado”.

Saneamento nas comunidades rurais é perfeitamente viável pois o sistema ideal para ser implantado nestes locais é o descentralizado de baixo custo e alta eficiência, processo capaz de eliminar os ovos deste parasita. Não podemos pensar em um crescimento e desenvolvimento sustentável sem pensar na nossa população rural abandonada pelo poder público.


NEGLECTED TROPICAL DISEASES


Schistosomiasis is a disease occurring in tropical regions that originated in Africa, in the eastern region of the Mediterranean and that during the period the trafficking of slaves, landed in the Americas. Currently it is identified in several regions: the Caribbean, Venezuela and especially Brazil. Currently, there is a disease in almost all states of Brazil, but more alarming situation are the states of the Northeast and Southeast, in the North, Northwest and Eastern Minas Gerais State. In some rural areas the incidence of the disease reaches 90% of the population. This is because it affects poor people without availability of sanitation.
The worm called Schistosoma, need to go through various stages and phases to develop and complete its cycle. For this you need two partners, also called hosts, very important: the snail that lives in rivers and lakes and man. Without them the cycle is not completed. In the young larval stage the Schistosoma invades the snail's body and stays there for a few months developing. After this period the thousands of parasites, called cercariae, they leave the snail body, larger and more developed, the next ready to invade host which can be mammals and birds, but its main host is man. When an adult citizen or unsuspecting children enter the water from rivers or lakes contaminated these parasites penetrate the skin, falling into the blood stream, and then, a hug!
They begin the colonization of the man's body, his internal organs, mating and producing eggs that are released in the faeces of man. These eggs, if released the waters of rivers and lakes, start a new cycle. Meanwhile the infected person suffers from parasite infection symptoms such as fever, diarrhea, vomiting worsening over time with the swelling of various internal organs like the liver may also suffer internal bleeding. How smart he parasite rarely kills its host remaining for long periods and people are weak after weak, unable to perform his duties as work and study.
But how to solve the problem? Sanitation! The big problem found in the inner cities and rural communities that do not have potable or treated water supply, where its sewage is discharged directly into rivers. In these communities the water of the rivers without treatment are used for bathing, washing clothes, drinking and dump their wastewater, especially those contaminated faeces. In Brazil there are about 26 million people living in areas at risk and about six million people infected with this parasite. The country spends millions of dollars per year to treat these people and that, after being cured are reinfected because the sanitary conditions in which they live are the same, that is, there is. It is the famous "rain in the wet."

Sanitation in rural communities is perfectly feasible for the ideal system to be deployed in these places is the decentralized low-cost, high efficiency, process able to eliminate the eggs of this parasite. We can not think of a sustainable growth and development without thinking of our rural population abandoned by the government.

sábado, 8 de agosto de 2015

A GESTÃO PÚBLICA E A QUALIDADE DE VIDA NAS CIDADES (PUBLIC MANAGEMENT AND THE QUALITY OF LIFE IN CITIES)

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Extra! Uma empresa de consultoria da Inglaterra realizou um estudo sobre a qualidade de vida em centenas de cidades pelo mundo levando em consideração diversos aspectos com o sistema de saúde, transporte público, meio ambiente, segurança, estabilidade política e outros trinta itens. Em quinto lugar ficou a cidade de Vancouver no Canadá, em quarto lugar, Munique na Alemanha, que por sinal, emplacou mais duas cidades entre as dez melhores: Frankfurt em 7º lugar e Dusseldorf em 6º lugar. Bem, voltando as melhores, terceiro lugar para a cidade de Auckland localizada na Nova Zelândia; segundo lugar para Zurique na Suíça e, finalmente, a melhor cidade do mundo em qualidade de vida para a sua população é Viena na Áustria. Dentre as cidades brasileiras, a que ficou melhor ranqueada foi Brasília em centésimo nono lugar (109º), seguido do Rio de Janeiro em centésimo, décimo nono (119º) e São Paulo em centésimo, vigésimo lugar (120º).
Por que será que a nossa melhor cidade em qualidade de vida está entre as piores?  Vamos a outras informações importantes para explicar este fato. Pelo quinto ano seguido o Brasil aparece como um dos países que mais cobra impostos no mundo e também pela quinta vez seguida, entre as trinta maiores economias do planeta, é o pais que apresenta a pior qualidade de serviços públicos prestados a população em relação a arrecadação de impostos. Este estudo envolveu a avaliação da qualidade de ensino, atendimento na área de saúde pública, segurança e saneamento básico. O país que apresenta o melhor custo benefício do pagamento de impostos é a Austrália. Neste ranking temos a suíça em quarto lugar, o Canadá em sétimo e a Nova Zelândia em oitavo, países que tem cidades entre as dez melhores do mundo em qualidade de vida. E a variável corrupção não entrou no cálculo; se tivesse entrado a nossa situação teria piorado, e muito.
Podemos afirmar que dos 1,5 trilhão de reais que são arrecadados todos os anos em impostos no Brasil, boa parte vai para o ralo devido a corrupção, a má gestão dos recursos como obras inacabadas ou que são refeitas por erro de projetos e investimentos e aos abusos dos poderes da União, Estados e até mesmo municípios  que reajustam seus próprios salários e benefícios com contra cheques gordos que chegam, tranquilamente, a valores muito acima de 100 mil reais em um país onde o salário mínimo não passa de 800 reais.

A gestão dos recursos públicos em nosso país é totalmente irresponsável onde os seus rombos ou déficits são repassados para a população pagar, uma população que não tem mais dinheiro para pagar esta conta criada pelos nossos “gestores” públicos. O Brasil deve repensar a sua gestão pública, política, social e econômica pois estamos caminhando cada vez mais para dentro de um buraco que parece sem fundo. Infelizmente ainda votamos nos candidatos que falam bonito e que tem maior poder de mídia e recursos financeiros. O voto deveria ser dado para candidatos com históricos verdadeiros de participação pública e seriedade em processos de gestão. Espero que nas próximas eleições, beijo em criancinha,  abraço em idoso e beber cachaça no boteco da favela não seja o único motivo para achar que o candidato é o ideal.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

COMENDO E MORRENDO (EATING AND DYING)

Foi comprovado o que já sabíamos há muito tempo: estamos sendo envenenados e morrendo lentamente. Diferente de outras áreas, a agricultura pode causar a contaminação e morte de um grande número de pessoas. Um médico, por exemplo, quando comete um erro na mesa de cirurgia causa a morte de uma pessoa. Na engenharia, um prédio que cai pode causar a morte de dezenas de pessoas, mas na agricultura, um agrotóxico pulverizado de forma errada, não respeitando o seu processo de segurança pode causar a morte lenta e dolorosa de milhares de pessoas. Alguns agrotóxicos quando ingeridos em excesso induzem a formação de tumores e cânceres ao longo dos anos e quando são detectados nem imaginamos que a sua causa pode ser de origem alimentar, principalmente por não termos base histórica para provar as teorias já que a ingestão do veneno foi lenta e gradual

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária cita nos seus relatórios o estudo de contaminação dos alimentos por agrotóxicos. Os produtos foram coletados nos mercados, ou seja, nos pontos de aquisição do consumidor. A primeira parte do estudo mostra que, das vinte culturas analisadas, em quinze foram encontrados agrotóxicos que estão em processo de reavaliação toxicológica por conta dos seus efeitos negativos para saúde humana. Muitos agrotóxicos estão sendo reavaliados no Brasil porque em vários países eles já foram banidos há muito tempo. Foram identificados, por exemplo, nos frutos de pepino e pimentão contaminação por endossulfan, cebola e cenoura contaminados por acefato e pimentão, tomate, alface e cebola contaminados por metamidofós. O problema aumenta quando verificamos o número de amostras com elevada presença de agrotóxicos: no caso do pimentão, 80% das amostras coletadas no mercado apresentaram algum tipo de problema com os agrotóxicos, uva 56,4%, pepino 54,8% e morango 50,8%. O produto que apresentou menor grau de contaminação foi a batata com 1,2% das amostras. Foram coletadas 3.130 amostras com 29% delas apresentando algum tipo de irregularidade.
O grande problema é encontrado nas frutas e produtos hortícolas onde a aparência é fundamental e que são consumidos in natura. Para evitar que pragas e doenças danifiquem a aparência do produto, a carga de agrotóxicos na lavoura, em muitos casos, é muito maior do que a recomendada. O que fazer? Recomendações da ANVISA indicam que o consumidor deve optar por produtos com origem conhecida, mas o nosso sistema de rastreabilidade dos produtos praticamente não existe. O estudo incluiu a rastreabilidade dos produtos e em 64,9% das amostras a agência conseguiu rastrear apenas até o distribuidor, ou seja, quem produziu? Como produziu? Comemos frutas e verduras como se fosse uma loteria, sem saber da sua origem ou se está contaminado. Em alguns casos, até mesmo produtos considerados orgânicos são suspeitos, pois quem nos garante que ele foi cultivado organicamente?
Infelizmente, a falta de regulamentação em relação a produção de alimentos no Brasil nos coloca a mercê de agricultores que por má fé ou ignorância põe em risco a vida de milhares de pessoas, consumidores que, sem saber, pensam estar fornecendo a sua família uma alimentação saudável, mas que na realidade podem estar criando sérios problemas de saúde no futuro.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

CONSEGUIREMOS SUBSTITUIR AS FONTES ENERGÉTICAS FÓSSEIS?

CONSEGUIREMOS SUBSTITUIR AS FONTES ENERGÉTICAS FÓSSEIS?
Alexandre Sylvio Vieira da Costa


  

A Agência Internacional de Energia, informou que, apesar da mobilização mundial dos países de maior economia para redução da emissão de CO2 no planeta,  o consumo de petróleo em 2015 será maior quando comparado ao ano de 2014: cerca de 1,1 milhões de barris de petróleo a mais por dia.  Segundo os especialistas do setor, o planeta tem hoje cerca de 1,7 trilhão de barris de petróleo em reservas conhecidas. O Brasil, com o pré sal, atinge a marca de 60 bilhões de barris. Continuando neste ritmo de consumo, o planeta tem petróleo para mais 50 anos.
 Uma outra fonte de energia fóssil muito utilizada no mundo é o carvão mineral.  As reservas mundiais conhecidas são de 850 bilhões de toneladas e deste total são utilizadas atualmente cerca de 6,5 bilhões de toneladas todos os anos, principalmente para a geração de energia elétrica. Somente a China consome metade de todo este carvão.  As reservas brasileiras atingem 32 bilhões de toneladas, mas usamos muito pouco dela.  A maior reserva mundial pertence aos Estados Unidos.
Apesar de todos os “esforços” das nações desenvolvidas, o ritmo de consumo dos combustíveis fósseis continua aumentando. De forma mais lenta, mas, continua aumentando. O que fazer para reverter este quadro? Qual deve ser o nosso papel, como cidadãos, no processo de interferência nas políticas públicas energéticas? Nenhum país quer ficar para trás no processo de desenvolvimento e crescimento econômico, nem nós. Gostamos de TV, carros, ar condicionado, ambientes iluminados, eletrodomésticos, mas para tudo isto funcionar necessita-se de energia. Quem fica satisfeito com apagões ou períodos de racionamento onde se tem períodos sem energia elétrica? Por conta disto não podemos gritar e esbravejar contra as termoelétricas que queimam milhões de litros de combustível fóssil por dia, acionadas para gerar a energia que necessitamos, considerando que no atual momento, parte das hidrelétricas não está suprindo as nossas necessidades, principalmente na região Sudeste.
Temos que cobrar dos Governos Estaduais e do Governo Federal uma mudança drástica nas políticas e modelos de geração de energia. Investimentos em geração de  tecnologia para o desenvolvimento de fontes alternativas de energia renovável nos diversos ambitos, desde as empresas e consórcios geradores e distribuidores de energia até as residências passando pelas industrias. Geração de álcool e bidiesel de menor custo de produção da matéria prima e do seu processamento. Processos economicamente viáveis e que reduzam os custos e as pressões sobre as fontes de combustíveis fósseis.
Será que realmente devemos ficar felizes com a descoberta do petróleo do pré-sal ou preocupados? Será que a nossa política energética será voltada prioritariamente para sua exploração e deixaremos de lado os investimentos em energia renovável? Cabe a nós, sociedade, cobrarmos dos governos investimentos e políticas públicas claras em relação a este tema. Energia solar, eólica, biomassa, biocombustíveis, todos os processos devem ser vistos pelos governos como prioridade. Se as nossas ações não forem mais diretas, Imaginem o nosso planeta daqui a cinquenta anos onde teremos retirado do subsolo e queimado 1,5 trilhão de barris de petróleo e 300 bilhões de toneladas de carvão mineral? Quem viver verá.



domingo, 5 de julho de 2015

O ESGOTO E O PLANEJAMENTO DAS CIDADES



Sempre que falamos de tratamento de esgoto doméstico, imaginamos a construção de enormes estações de tratamento de esgoto, as chamadas ETEs. Estas ETEs são fundamentais na retirada da matéria orgânica da água, melhorando, e muito a sua qualidade antes de devolvê-la novamente para os rios. O esgoto despejado in natura nos cursos de água causa uma série de problemas ambientais e para o homem que faz uso direto desta água. Mas será que é preciso juntar todo o esgoto bruto e tratá-lo de uma forma única? Nos modelos de tratamento de esgoto atuais, verifica-se que a descentralização do esgoto e o seu tratamento em mini estações ao longo da rede de coleta é uma alternativa viável para cidades de pequeno e médio porte. 
A primeira etapa do processo já existe em praticamente todas as casas, sendo obrigatório nas obras de engenharia: as caixas de gordura. Estas pequenas estruturas separam parte da gordura oriunda da cozinha e que é despejada pelo esgoto. A caixa de gordura tem como o objetivo evitar entupimentos de rede, pois as gorduras se acumulam nos canos. Esta técnica também auxilia no processo de decomposição biológica do esgoto. As gorduras possuem grandes cadeias químicas que dificultam a atividade das bactérias e a sua degradação. Sem elas a decomposição do esgoto fica mais fácil. 
Para facilitar a degradação do esgoto pelas bactérias em muitos locais podem ser construídas as fossas sépticas logo após a passagem do esgoto pela caixa de gordura. Estas fossas reteriam a parte sólida do esgoto, um verdadeiro banquete para as bactérias chamadas anaeróbicas e paralelamente, eliminando as bactérias que causam doenças. Esta atividade reduziria a quantidade de poluentes orgânicos no esgoto. Após este primeiro processo de purificação, o esgoto passaria pelo chamado filtro anaeróbico. Este filtro, ocupado por pedras de construção, as chamadas britas, seriam a casa de outro grupo de bactérias que também utilizariam a matéria orgânica restante do esgoto para sua alimentação. Ao final deste processo o esgoto estaria cerca de 90% mais limpo ou até mais, dependendo da quantidade de esgoto gerado. Desta forma seria despejado na rede de esgoto uma água pré tratada com a sua purificação final sendo feita nas estações de esgoto. Mas, dependendo de sua quantidade, este esgoto previamente tratado poderá ser também descartado em buracos abertos no solo, as chamadas fossas brancas. Este esgoto, bastante purificado, teria o seu arremate final de tratamento sendo realizado pelas bactérias do solo que também utilizariam o restante de sua matéria orgânica como alimento, chegando as camadas mais profundas do solo uma água quase que totalmente tratada e sem risco de contaminação.
É claro que para implantação deste sistema de tratamento e descarte temos que conhecer uma série de fatores do solo, lençol freático, dentre outros, além é claro, da mudança de hábito da população evitando descartar nas pias e vasos, fios de cabelo, papel higiênico, camisinhas, absorventes, e tudo mais que compromete o processo de transformação do esgoto. Para que novos modelos sustentáveis funcionem, dependemos não apenas de novas tecnologias mas também de mudanças de hábitos, ou seja, temos que fazer também a nossa parte.