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O Brasil está assustado, o mundo está
assustado. No país um pequeno mosquito está transmitindo diversos vírus
causadores de doenças. Antes a preocupação estava concentrada no vírus da
dengue e nas suas variações que surgem a cada ano e cada vez mais agressivas,
mas agora outros vírus estão também sendo transmitidos a reboque do mosquito
Aedes, sendo o mais grave, o vírus Zika. Não por causar mortes diretamente, mas
por causar graves danos ao sistema nervoso do ser humano podendo levar a
paralisia e, o que as evidências indicam, atingir o feto durante o seu processo
de formação causando a microcefalia, uma redução do desenvolvimento do cérebro
da criança. Os estudos também estão indicando que este vírus pode ser transmitido também pela saliva e pelo
ato sexual. Os pesquisadores da área de
genética estão mapeando os genes dos vírus e comparando com o material genético
do mesmo vírus, mas de locais diferentes do mundo para tentar explicar porque
determinados problemas acontecem no Brasil e não acontece em outros locais do
planeta, e vice versa. Os virologistas do planeta estão unidos para tentar
conhecer melhor o vírus, o seu modo de ação para poderem criar mecanismos de
proteção para as pessoas, as vacinas. Mas será uma batalha dura, árdua e
constante.
E o vírus nesta história? Este pequeno ser tem
uma capacidade extraordinária de adaptação e mutação. Se umas portas são fechadas eles procuram
outras para entrar no organismo. É como
um bandido tocando o interfone e
alterando a voz para tentar ter acesso a sua casa. Quando você vai atender já é
tarde. Você procura melhorar o seu sistema de segurança com câmeras e outros
dispositivos, mas o assaltante vai
desenvolver outros meios para tentar entrar na sua casa. E quanto mais vacinas
e drogas são desenvolvidas para o seu controle, maior é a pressão do
ambiente forçando a sua mutação. A
vacina da gripe, por exemplo, não é garantia de não pegar mais gripe, afinal,
milhares e milhares de diferentes vírus responsáveis pela gripe estão surgindo
pela própria pressão do meio ambiente, todos os anos.
A população mundial cresce a cada dia e o
planeta esta cada vez mais habitado pelo homem. Vivemos em espaços apertados e
aglomerados, no ônibus, nos escritórios, nos shoppings. Sem saber trocamos
fluidos frequentemente nestes ambientes, principalmente pelo ar ou pelo aperto
de mão e aí, o vírus que está no seu organismo e que você não sabe, passa para
outro individuo. Com a globalização e a facilidade dos transportes pelo mundo,
os vírus podem se espalhar facilmente para os cinco continentes. Filmes de
ficção com epidemias mundiais, doenças e até com pessoas sendo transformadas em
zumbis tem um principio teórico científico muito consistente. Não podemos
depositar todas as nossas fichas esperando uma vacina milagrosa produzida pela
ciência para salvar o mundo, temos que fazer a nossa parte. Só eliminando o
mosquito e seus focos de reprodução, grande parte dos nossos problemas virais
estaria resolvido. Pense nisto.