CONSEGUIREMOS
SUBSTITUIR AS FONTES ENERGÉTICAS FÓSSEIS?
Alexandre Sylvio Vieira da Costa
A Agência Internacional de Energia, informou
que, apesar da mobilização mundial dos países de maior economia para redução da
emissão de CO2 no planeta, o consumo de
petróleo em 2015 será maior quando comparado ao ano de 2014: cerca de 1,1
milhões de barris de petróleo a mais por dia. Segundo os especialistas do setor, o planeta
tem hoje cerca de 1,7 trilhão de barris de petróleo em reservas conhecidas. O
Brasil, com o pré sal, atinge a marca de 60 bilhões de barris. Continuando
neste ritmo de consumo, o planeta tem petróleo para mais 50 anos.
Uma
outra fonte de energia fóssil muito utilizada no mundo é o carvão mineral. As reservas mundiais conhecidas são de 850
bilhões de toneladas e deste total são utilizadas atualmente cerca de 6,5 bilhões
de toneladas todos os anos, principalmente para a geração de energia elétrica. Somente
a China consome metade de todo este carvão.
As reservas brasileiras atingem 32 bilhões de toneladas, mas usamos
muito pouco dela. A maior reserva
mundial pertence aos Estados Unidos.
Apesar de todos os “esforços” das nações desenvolvidas,
o ritmo de consumo dos combustíveis fósseis continua aumentando. De forma mais
lenta, mas, continua aumentando. O que fazer para reverter este quadro? Qual
deve ser o nosso papel, como cidadãos, no processo de interferência nas
políticas públicas energéticas? Nenhum país quer ficar para trás no processo de
desenvolvimento e crescimento econômico, nem nós. Gostamos de TV, carros, ar
condicionado, ambientes iluminados, eletrodomésticos, mas para tudo isto
funcionar necessita-se de energia. Quem fica satisfeito com apagões ou períodos
de racionamento onde se tem períodos sem energia elétrica? Por conta disto não podemos
gritar e esbravejar contra as termoelétricas que queimam milhões de litros de combustível
fóssil por dia, acionadas para gerar a energia que necessitamos, considerando
que no atual momento, parte das hidrelétricas não está suprindo as nossas
necessidades, principalmente na região Sudeste.
Temos que cobrar dos Governos Estaduais e do
Governo Federal uma mudança drástica nas políticas e modelos de geração de
energia. Investimentos em geração de tecnologia
para o desenvolvimento de fontes alternativas de energia renovável nos diversos
ambitos, desde as empresas e consórcios geradores e distribuidores de energia
até as residências passando pelas industrias. Geração de álcool e bidiesel de
menor custo de produção da matéria prima e do seu processamento. Processos
economicamente viáveis e que reduzam os custos e as pressões sobre as fontes de
combustíveis fósseis.
Será que realmente devemos ficar felizes com a
descoberta do petróleo do pré-sal ou preocupados? Será que a nossa política energética
será voltada prioritariamente para sua exploração e deixaremos de lado os
investimentos em energia renovável? Cabe a nós, sociedade, cobrarmos dos
governos investimentos e políticas públicas claras em relação a este tema.
Energia solar, eólica, biomassa, biocombustíveis, todos os processos devem ser
vistos pelos governos como prioridade. Se as nossas ações não forem mais
diretas, Imaginem o nosso planeta daqui a cinquenta anos onde teremos retirado
do subsolo e queimado 1,5 trilhão de barris de petróleo e 300 bilhões de
toneladas de carvão mineral? Quem viver verá.
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